
Como sustentar a travessia da adolescência sem prender, nem abandonar? Françoise Dolto nos ajuda a pensar com delicadeza sobre esse tempo de transformação.
A adolescência é um momento de travessia: o corpo muda, os afetos se intensificam, a busca por identidade se torna urgente. Muitos pais, nesse momento, se veem perdidos entre dois extremos: soltar demais ou reter por medo.
Françoise Dolto, pediatra e psicanalista francesa, dizia que a adolescência não começa de um dia para o outro. É algo que se prepara com o tempo. E, quando chega, exige dos adultos algo muito delicado: a capacidade de sustentar a separação sem abandono.
Ela nos lembra que os filhos não podem ser deixados à própria sorte, como se já dessem conta de tudo. Mas também não podem ser mantidos como crianças, impedidos de experimentar o mundo e se tornarem responsáveis por suas escolhas.
“A adolescência é isso. A vida é difícil, mas não é o caso de prendê-los em casa ou pô-los no olho da rua: nem uma coisa, nem outra.”
Entre o cuidado e a confiança, é possível criar um espaço onde o adolescente se sinta capaz de “sair”, como ela diz, mas sabendo que pode voltar quando precisar.




