
A autoestima feminina é um tema que vai muito além da aparência ou de frases prontas de motivação. Ela é atravessada por construções sociais, familiares e culturais que, muitas vezes, ensinam as mulheres a se olharem sob lentes de crítica e comparação. Desde cedo, muitas aprendem a se medir pelo olhar do outro: o corpo, o comportamento, as escolhas, tudo parece estar sujeito a uma avaliação externa.
Nesse cenário, a psicologia se torna um espaço de respiro, de escuta e de reconstrução. É ali, no silêncio e na palavra compartilhada, que a mulher pode entrar em contato com sua própria história, reconhecer marcas que a feriram, mas também descobrir forças que permaneciam ocultas.
A autoestima, nesse sentido, não é um ponto de chegada, mas um processo contínuo. Não se trata de “gostar de si o tempo todo”, mas de permitir-se existir com autenticidade: com fragilidades, contradições e grandezas. É aprender a dizer “não” sem culpa, a sustentar escolhas que refletem o que se deseja de verdade e a ocupar espaços sem pedir licença.
A psicologia contribui nesse percurso ao ajudar a desconstruir crenças que aprisionam, muitas vezes enraizadas em gerações. Ela possibilita que cada mulher se reconheça como sujeito de desejos próprios, resgatando a singularidade que, tantas vezes, foi silenciada.
Cuidar da autoestima é, portanto, um ato de cuidado consigo mesma. É olhar para dentro com mais compaixão, respeito e amor. E talvez seja exatamente esse o maior gesto de liberdade: existir como se é, sem precisar caber em moldes impostos.





