
O fim de um relacionamento é, muitas vezes, vivido como um naufrágio. Não se perde apenas o outro, mas também um pedaço de si, dos sonhos que foram tecidos em conjunto, das promessas que pareciam eternas. A psicanálise nos ensina que, diante da perda, somos convocados a atravessar um luto amoroso: um trabalho psíquico de desligar, pouco a pouco, a energia investida naquela relação, para que possamos novamente reinvestir em nós mesmos e no mundo.
O fim de um relacionamento é, muitas vezes, vivido como um naufrágio. Não se perde apenas o outro, mas também um pedaço de si, dos sonhos que foram tecidos em conjunto, das promessas que pareciam eternas. A psicanálise nos ensina que, diante da perda, somos convocados a atravessar um luto amoroso: um trabalho psíquico de desligar, pouco a pouco, a energia investida naquela relação, para que possamos novamente reinvestir em nós mesmos e no mundo.
Do ponto de vista psicanalítico, todo fim amoroso nos confronta com nossas repetições inconscientes. Muitas vezes, escolhemos parceiros a partir de marcas da infância, revivendo dinâmicas antigas na tentativa de resolvê-las. Por isso, cada término pode ser um convite para refletirmos: “O que eu busquei nessa relação? O que de mim eu encontrei – ou perdi – nela?”.
Há também o vazio. Aquele silêncio que, após a separação, parece ensurdecedor. A psicanálise nos diz que é justamente nesse espaço de solidão que o sujeito pode se escutar de forma mais autêntica. Assim como Gilbert, que viajou pelo mundo em busca de respostas, cada um de nós precisa, à sua maneira, abrir-se ao estrangeiro — seja um lugar novo, uma prática, um encontro consigo mesmo.
O fim de um relacionamento não precisa ser apenas destruição. Ele pode ser também renascimento. Freud dizia que o amor é um investimento de energia, e, quando esse investimento retorna a nós, nasce a possibilidade de um novo desejo.
Talvez seja isso que Comer, Rezar, Amar nos ensina: ao atravessar a dor de uma separação, podemos transformar o vazio em caminho, o silêncio em escuta, e a perda em reencontro.





