Muitas pessoas chegam à terapia carregando um receio silencioso: “Será que vou ser julgada pelo que eu disser?”. Esse medo pode até atrasar o início do processo ou fazer com que alguém se cale diante do que mais gostaria de compartilhar.

Na vida cotidiana, estamos acostumados a nos preocupar com a opinião dos outros.

Desde cedo, aprendemos a medir nossas palavras, a esconder emoções, a filtrar pensamentos para não parecer “errado” ou “estranho”. Quando pensamos em terapia, essa lógica tende a se repetir: “E se o psicólogo me achar exagerado?”, “E se eu falar besteira?”, “E se minha dor não for importante?”.

Mas a terapia não é um tribunal de julgamento. Pelo contrário: é um espaço de escuta livre, em que cada palavra tem valor porque fala de você, da sua experiência, da sua forma única de existir.

Na psicanálise, acreditamos que aquilo que você traz mesmo que pareça pequeno, confuso ou “sem sentido” - revela muito sobre a sua história e seus desejos. Não existe certo ou errado, bonito ou feio, adequado ou inadequado. Existe a sua verdade, e ela merece ser dita.

Aos poucos, conforme a confiança na relação terapêutica se fortalece, esse medo de julgamento vai cedendo lugar à liberdade de falar, de se ouvir e de se reconhecer. É nesse movimento que o processo terapêutico acontece: quando você se permite ser quem é, sem máscaras, sem censura, sem precisar agradar.