
A sensação de que “eu mesmo atrapalho a minha vida” é mais comum do que parece. Muitas pessoas descrevem situações como:
- “Eu sempre deixo tudo para última hora e perco oportunidades.”
- “Quando algo está indo bem, eu acabo estragando.”
- “Parece que eu mesmo coloco obstáculos no meu caminho.”
Esse comportamento costuma ser chamado de auto sabotagem.
Do ponto de vista psicológico, a auto sabotagem não significa fraqueza ou falta de disciplina. Ela geralmente aparece como uma forma de se proteger de medos internos: o medo de falhar, de ser rejeitado, de não corresponder às expectativas.
Exemplo: um estudante que não se prepara para a prova pode pensar: “Não passei porque não estudei”. É mais fácil lidar com essa justificativa do que enfrentar a dor de ter se esforçado e mesmo assim não conseguir.
Na Terapia Centrada na Pessoa, a auto sabotagem é vista como um sinal de que algo precisa de escuta e acolhimento. Até mesmo quando nos boicotamos, há uma intenção positiva: preservar nossa autoestima, evitar a dor da rejeição ou manter uma sensação de segurança.
O caminho não é se criticar, mas aprender a ouvir o que essa parte de nós está tentando proteger. Quando nos sentimos aceitos, abrimos espaço para confiar em nossa própria tendência de crescimento e realização.
Se você sente que tem se sabotado, talvez seja um convite para olhar para si com mais compaixão. A psicoterapia pode ser um espaço seguro para isso.
Rodrigo Leite
Psicólogo
CRP 06/215645





