
“Amor é quando é concedido participar um pouco mais. Poucos querem o amor, porque amor é a grande desilusão de tudo o mais. E poucos suportam perder todas as outras ilusões. Há os que se voluntariam para o amor, pensando que o amor enriquecerá a vida pessoal. É o contrário: amor é finalmente a pobreza. Amor é não ter. Inclusive amor é a desilusão do que se pensava que era amor.” Clarice Lispector - O ovo e a galinha
Quando li esse trecho, me lembrei de nossa incompletude e da busca que fazemos na vida por algo ou alguém que supostamente nos completará.
A verdade é que isso não é possível. Somos incompletos por natureza. Já nascemos faltantes, no sentido de que dada a nossa incapacidade de cuidarmos de nós mesmos no inicio da vida, precisamos de alguém que nos ampare.
Pelo resto de nossas vidas vamos buscando “amparos”. E tudo bem. É essa falta e desejo de sermos preenchidos que fazem com que nos movimentemos na vida. Quem nunca teve a experiência de querer muito uma coisa, ou até mesmo um relacionamento com alguém e ao conseguir se deu conta que não era bem disso que precisava, que não era tudo isso e agora precisa de algo mais. Ficamos satisfeitos de forma parcial.
Que possamos aceitar as parcialidades da vida, nos satisfazermos com elas, para assim irmos em busca de algo a mais, se quisermos.
Deixo aqui o link de uma breve animação que combina com essa reflexão, chama-se “A parte que falta” https://www.youtube.com/watch?v=2fw7PWme52E





