
Borderline foi um termo criado na psicanálise e se referia a pacientes que ficavam na borda, um espécie de meio, entre a neurose e a psicose. Depois, o termo foi absorvido pelo manual de psiquiatria (DSM) e tendo um significado um pouco diferente, como um transtorno de personalidade, que tem como características: um padrão generalizado de instabilidade e hipersensibilidade nos relacionamentos interpessoais, instabilidade na autoimagem, flutuações extremas de humor e impulsividade.
Na daseinsanálise, o diagnóstico não é entendido como um essência em si, nem como um modo de existir deficitário e sim, como uma forma que o sofrimento contemporânea. O paciente borderline é tomado pela sensação de vazio e busca intensa por "tampar esse vazio".
Alice Holzhey-kunz afirma que o borderline "tem uma escuta aguçada para o paradoxo fundante da existência humana, que reside ser, em verdade, um sujeito, que tem que conduzir sua vida, mas não pode conduzir essa vida de qualquer modo segundo sua própria vontade, mas está submetido a condições que ele nem escolheu nem aceitou algum dia". A daseinsanalista aponta que o sujeito, nesta situação, ou tenta se tornar um objeto se insentado de assumir a responsabilidade pela vida ou tenta ser um ser quase divino, que pode fazer tudo. Por isso, a baixa tolerância a frustração e a raiva e ódio diante das experiências frustrantes.
O psicanalista Luiz Claudio Figueiredo aponta ainda no paciente borderline, a presença de um medo constante de ser abandonado e a dificuldade em obter experiências de prazer, o que está de acordo com o pensamento de Holzhey-kunz. Segundo Figueiredo, diante da impossibilidade do prazer se absoluto, o sujeito não consegue se satisfazer com um prazer que é sempre somente parcial.
Roberto da Silva Melo
Psicólogo 05/38377
Especialista em Psicologia Clínica
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