
Ansiedade sob o olhar humanista: mais do que controlar, é preciso compreender
A ansiedade é um dos temas mais falados — e sentidos — da atualidade. Em tempos de pressa, excesso de estímulos e exigências constantes, não é surpresa que tantas pessoas convivam com sintomas como coração acelerado, mente inquieta, insônia, dificuldade de concentração e medos difusos. Mas será que respirar fundo ou repetir frases prontas resolve?
Sob a perspectiva da Psicologia Humanista, a ansiedade não é vista como um "inimigo a ser vencido", mas como umsinal legítimo de que algo em nossa vida precisa ser olhado com mais atenção, cuidado e presença. Mais do que técnicas prontas, essa abordagem aposta na escuta profunda, no autoconhecimento e na autenticidade como caminhos para lidar com o sofrimento.
🎯 Quando a respiração e as frases prontas não dão conta...
Técnicas de respiração, mantras e afirmações positivas têm seu valor — e, sim, podem ajudar a amenizar sintomas momentaneamente. Mas muitas vezes, essas estratégias agem como curativos temporários, sem tocar as causas mais profundas da ansiedade.
Frases como “vai dar tudo certo” ou “pense positivo” podem soar vazias quando o que a pessoa realmente precisa éacolhimento genuíno, validação emocional e espaço para elaborar seus sentimentos com segurança e respeito.
🌿 Humanismo: ansiedade como convite à escuta interior
Na Psicologia Humanista, acreditamos que cada pessoa tem em si mesma a capacidade de crescer, se autorregular e encontrar caminhos mais saudáveis de viver. A ansiedade, nesse contexto, pode ser umconvite à reconexão com quem se é, com os próprios valores e com aquilo que está desalinhado no cotidiano.
A pergunta muda:de “como faço para parar de sentir isso?” para “o que este sentimento está tentando me mostrar?”.
💡 Caminhos possíveis para tratar a ansiedade com base na abordagem humanista:
Psicoterapia centrada na pessoa: Espaço terapêutico onde o cliente é visto como protagonista. O foco é na construção de uma relação de confiança, onde a escuta empática, a autenticidade e a aceitação incondicional criam o ambiente necessário para a transformação.
Autoconhecimento como ferramenta de cura: Entender seus limites, necessidades, medos e padrões de comportamento permite identificar as raízes da ansiedade. Esse processo favorece escolhas mais alinhadas com sua essência.
Consciência corporal e presença: Técnicas como focusing, meditação humanista, arteterapia e outras práticas integrativas ajudam a reconectar mente e corpo, criando um espaço seguro para escutar o que está vivo em você.
Mudança de postura diante da vida: Aprender a se relacionar de forma mais compassiva com seus erros, vulnerabilidades e imperfeições pode reduzir significativamente o sofrimento. É um convite àautoaceitaçãoe à autenticidade.
Diálogo interno mais gentil: Trabalhar a forma como você fala consigo mesma, substituindo o julgamento pela curiosidade e o medo pelo acolhimento, é um passo importante no cuidado da saúde emocional.
✨ Em vez de controlar, que tal acolher?
A ansiedade não precisa ser um inimigo. Com o acompanhamento adequado, ela pode se tornar uma bússola — apontando para o que não está bem e indicando o caminho de volta para si mesma.
Sob o olhar humanista, a jornada não é sobre eliminar sintomas a qualquer custo, mas sobre viver com mais presença, verdade e sentido.





