Na contemporaneidade, a ansiedade e a depressão na adolescência deixaram de ser fenômenos isolados para se tornarem questões centrais na clínica e na sociedade. O aumento expressivo de diagnósticos e casos de sofrimento psíquico entre os jovens nos convida a refletir: o que esses sintomas dizem sobre o nosso tempo?
Vivemos em uma era de excessos—de informações, de cobranças, de expectativas irreais. A adolescência, que já é um período de intensas transformações psíquicas, se torna ainda mais desafiadora diante das demandas de um mundo que parece exigir respostas rápidas, produtividade constante e uma identidade fixa. A angústia surge quando o sujeito se vê diante de um vazio, sem poder nomear aquilo que o afeta.
A escuta clínica nos leva a ir além dos rótulos diagnósticos, permitindo que cada adolescente encontre um espaço para falar de sua dor sem reduzi-la a um padrão. Afinal, o sintoma não é apenas algo a ser combatido, mas um caminho para compreendermos o que está em jogo na subjetividade de cada um.
Em um mundo que impõe tantas respostas, talvez seja na possibilidade de perguntar e refletir que encontramos um caminho para lidar com o sofrimento psíquico.
