
Às vezes, nos perdemos não no mundo externo, mas dentro de nós mesmos. O lugar onde nos afastamos é o da nossa própria psique, aquele espaço profundo e silencioso onde habitam os arquétipos e sombras que não ousamos encarar. Jung nos lembra que a perda de si ocorre quando ignoramos essas partes internas, projetando-as nos outros ou no mundo, acreditando que a solução está fora. É nesse deslocamento que nos sentimos desconectados, vazios ou confusos, sem perceber que a verdadeira jornada é voltar o olhar para dentro, reconhecer nossas sombras e acolher nossos impulsos ocultos.
Perder-se é, na verdade, um convite para o autoconhecimento. É no encontro com o Self — a totalidade da psique que integra consciente e inconsciente — que começamos a reconstruir nosso caminho. Cada fragmento esquecido, cada emoção reprimida ou desejo negado aponta para uma parte de nós que clama por atenção. Jung sugere que a individuação, esse processo de se tornar inteiro, só acontece quando paramos de fugir de nós mesmos e começamos a percorrer as trilhas internas que nos levam de volta ao nosso centro, onde a autenticidade e a harmonia nos aguardam.
Vem, eu posso te ouvir!!!



