
Controlar dá uma falsa sensação de segurança. Planejar cada detalhe, imaginar todos os cenários, prever reações dos outros… parece estratégia. Mas, muitas vezes, é só ansiedade disfarçada de organização.
Você já se pegou ensaiando mentalmente uma conversa dez vezes antes de ter coragem de falar? Ou revisando uma mensagem simples de WhatsApp como se fosse tese de doutorado? Esse tipo de controle não garante resultado, só rouba energia.
O problema é que a vida real não segue roteiro. As coisas escapam. O ônibus atrasa, alguém responde diferente do esperado, o plano perfeito vira improviso em dois minutos. E quanto mais a gente tenta segurar, mais escorrega.
Exemplo prático: aquela pessoa que viaja com cronograma quase militar, horário do café, tempo exato de deslocamento, lista de passeios. Qualquer atraso vira frustração. No fim, perde a chance de curtir a viagem porque estava ocupada demais em garantir que tudo “saísse certo”.
Controlar é legítimo até certo ponto. Mas, quando passa da conta, não é organização, é prisão. É como segurar areia com força demais na mão: quanto mais aperta, mais escapa.
A real é que a vida é feita de imprevistos. O alívio vem quando a gente percebe que não precisa vencer a incerteza — só aprender a caminhar com ela.





