Quando eu era pequena, achava que os adultos sabiam exatamente o que estavam fazendo, que tinham certezas e seguranças inabaláveis. Mas hoje, como mulher adulta e psicóloga, percebo o quanto essa visão era uma ilusão infantil. A verdade é que crescemos e continuamos cheias de dúvidas, inseguranças e receios. E está tudo bem.

No consultório e na vida, vejo como essa sensação é comum. Todas nós, em algum momento, paramos para pensar: “Será que essa é mesmo a melhor decisão? Será que vou me arrepender depois?” A realidade é que nenhuma escolha vem sem consequências. Sempre existirão ganhos e perdas, e é natural sentir medo diante disso.

O que aprendi, e compartilho com minhas pacientes, é que, quando estamos ativas no nosso processo, ao menos sabemos que as consequências que virão são frutos de algo que escolhemos. Isso não elimina o medo, mas dá sentido ao caminho. E ainda mais sendo mulheres, tantas vezes temos nossas decisões barradas ou questionadas pela sociedade. Carregamos um peso a mais, e mesmo assim seguimos caminhando.

E talvez o mais bonito disso tudo seja perceber que não existe uma vida perfeita, sem tropeços ou arrependimentos. Existe sim a vida que escolhemos viver, mesmo com suas imperfeições, ela pode ser verdadeira, honesta e nossa.

O medo se torna menor quando paramos de buscar certezas e passamos a buscar sentido.

E se você sente que gostaria de dividir esse peso, de se escutar com mais profundidade, a psicoterapia pode ser um espaço seguro para isso.

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