
Não existe um manual para um relacionamento saudável, mas existem diferentes formas de se estar num relacionamento. Você já deve ter ouvido falar de relacionamentos tóxicos, os perigos dogaslighting, lovebomb e todos esses nomes novos para comportamentos nocivos numa relação, o ponto em comum em todos eles é que algo não está certo. Então vamos falar disso.
A princípio, é comum se pensar que numa relação sadia as pessoas buscam pelo bem da outra, procuram não ofender, não machucar, não magoar e todas essas coisas, mas então porque elas acontecem? Onde está a raiz desse mal? Bom, eu não sei. Vou ter que falar a frase clássica de psicólogo: isso depende. Depende de vários fatores, como a história de cada um, o objetivo de cada pessoa e como esse indivíduo aprendeu a se relacionar. Nesse último tópico tempos um bom ponto de partida.
Vamos imaginar você, é, isso mesmo, você.
Com seu 1 ano de idade, nariz escorrendo, frauda suja e uma percepção de mundo bem limitada. O que você conhece nesse ponto são os elementos mais próximos, nesse caso falaremos dos seus pais. Papai chega em casa estressado, sua mãe está cansada da rotina de cuidar da casa e de um filho catarrento, os dois começam a discutir por causa de algo bobo e você presencia sua primeira briga em família, parabéns, haverá outras.
E aí você cresce, continua presenciando brigas, vê seus pais tristes, com raiva, estressados, tudo é motivo para discussão, como você é criança não entende muito bem a razão disso, mas entende que brigar é uma maneira de se resolver um problema. Já que seus pais estão o tempo todo nesse clima de guerra não existe carinho entre eles, afeto é raro, então além de toda brigaiada você ainda aprende que dentro de um relacionamento existe uma distância emocional entre as pessoas.
Agora você é adulto, pode tomar suas próprias decisões e se envolver com outras pessoas, pois muito que bem, você está num relacionamento. E aí, o que você faz? Lembrando que você não entende muito bem de afeto e não sabe resolver conflitos de maneira saudável. O que está no seu alcance é usar o belo exemplo dos seus pais, assim você pode tomar atitudes muito “legais” como:
Buscar afeto em qualquer pessoa;
Evitar conversar para gerar conflito;
Não conseguir se abrir com seu parceiro;
Enganar para conseguir o que quer.
Entre outros comportamentos disfuncionais. O que eu quero dizer com tudo isso é que não somos ensinados a nos relacionar, mas aprendemos com nosso entorno. A culpa não é toda de seus pais, talvez você tenha tido pais maravilhosos e ainda assim se relaciona com o texto, a questão é que a parte difícil no processo de análise é perceber em si essas falhas. Uma vez notadas é trabalho seu buscar agir diferente, o que também pode ser bem difícil.
Mudar é um caminho longo e o trabalho de psicólogo é auxiliar nesse processo, é entender o que se passa e o que incomoda para assim, trilhar um caminho diferente.





