
Essa parte você já conhece: acordar bem cedo, tomar café, se arrumar correndo e torcer para não perder o ônibus para chegar no trabalho, passar horas no serviço e como se não bastasse ainda fazer todo o caminho na volta. Isso só um dia, ainda falta uma semana inteira de trabalho pela frente.
Aí os dias vão passando, você trabalha e trabalha até chegar no final de semana, aqui você tem duas opções: descansar ou curtir. A semana foi tão corrida, tão estressante, você poderia aproveitar um pouco, não é? Ver os amigos, beber, ouvir uma boa música e tentar esquecer que no dia seguinte tudo volta ao normal. Mas você também pode descansar... se conseguir, afinal, uma casa não se arruma sozinha, tarefas precisam ser realizadas, pendências precisam ser resolvidas e mais e mais coisas. É uma escolha ingrata eu sei, parece meio pessimista até, mas é real.
Essa é a realidade de milhões de trabalhadores no Brasil e nesse texto vamos nos aprofundar mais no sentido existencial da coisa, como diz no título alguma coisa se perde nesse caminho e muitas vezes essa coisa é você. Essa é a vida que sempre sonhou? Aliás, você ainda se lembra dos seus sonhos? Sobrou algum tempo para isso? Se a resposta for não então seguimos com o texto, existem algumas coisas a serem ditas.
A rotina de trabalho exaustante vai nos consumindo aos poucos, deixando cada vez menos de nós, quando se vive de ir ao trabalho e voltar para casa se sobre pouco para aproveitar todas as outras coisas que a vida pode nos proporcionar. Os objetivos começam a ser esquecidos, o sentindo vai se perdendo e aqui começamos a ser moldados e encaixados num modelo que nos desumaniza, como se fossemos apenas ferramentas de trabalho.
É cruel que esse modelo precise esmagar nossa humanidade para que funcione, você trabalha em algo por necessidade de se alimentar, pagar um aluguel, sustentar a família. Nesse ponto não existe muito o que se fazer, o trabalho de um psicólogo muitas vezes aparece como algo para manter as pessoas funcionais e bem condicionadas ao trabalho, mas no meu ponto de vista, diante de todo esse cenário é importante buscar não se esquecer de nossa humanidade, lembrar que para além da rotina existe alguém com desejos e vontades, alguém que sonhava com os céus, mas agora está preso no chão.
Assim, talvez o ato mais importante que um psicólogo pode fazer para uma pessoa é lembra-lo que ele é alguém que pode desejar mais para si, pode sonhar, brincar e um dia descansar sem a preocupação de começar tudo de novo amanhã.





