
Ser mulher é navegar em um mundo de múltiplas expectativas: somos chamadas a dar cuidado, a estar disponíveis, a conciliar papéis que muitas vezes se sobrepõem. Mas o que acontece com quem somos de fato, por trás dessas demandas?
A psicanálise nos ensina que grande parte do que sentimos e fazemos está ligada a desejos e conflitos que muitas vezes não percebemos conscientemente. Ser mulher não é apenas cumprir funções externas; é também lidar com o que pulsa dentro de nós: medos, vontades, frustrações e sonhos que muitas vezes ficam silenciados.
Muitas vezes, crescemos aprendendo a ouvir o mundo, mas não a nós mesmas. A voz interna, os desejos mais íntimos, podem ser abafados por pressões sociais, familiares ou culturais. É nesse espaço silencioso que surgem a ansiedade, a culpa e o sentimento de insuficiência.
A terapia, especialmente sob a perspectiva da psicanálise, oferece um lugar para escutar essas vozes internas. Não é sobre encontrar respostas prontas, mas sobre criar um espaço para compreender os próprios sentimentos, nomear os desejos e enfrentar os conflitos que moldam nossa experiência como mulheres.
Ser mulher é complexo, desafiador e poderoso. É reconhecer que nossas emoções, dúvidas e escolhas têm valor. É permitir-se existir para si mesma, sentir sem culpa e construir uma relação mais verdadeira com quem somos. Trazer isso à luz, falar sobre si, é um ato de coragem e um passo fundamental para viver de forma mais autêntica.





