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Ansiedade e Clarice

  • Foto do escritor: Filipe Reis
    Filipe Reis
  • 21 de mai. de 2024
  • 1 min de leitura


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A ansiedade, essa inquietude que nos consome, ecoa nas palavras de Clarice Lispector de maneira tão profunda que parece entranhada na própria essência de sua escrita. Em seus contos e romances, encontramos personagens que refletem a angústia e a agonia de viver em um mundo permeado pela incerteza e pela incompreensão.

Assim como Clarice explorou os meandros da mente humana em suas obras, a ansiedade é um tema recorrente que ela aborda de maneira visceral e poética. Em suas narrativas, ela mergulha nas profundezas da psique, expondo as camadas mais íntimas do ser, onde a ansiedade se manifesta como um eco constante, um murmúrio incessante que perturba a paz interior.

Em "A Hora da Estrela", por exemplo, Clarice nos presenteia com Macabéa, uma personagem solitária e marginalizada, cuja existência é permeada pela ansiedade existencial. A busca por significado em um mundo que parece indiferente às suas dores e aspirações gera nela uma angústia avassaladora, refletindo a ansiedade que muitos de nós enfrentamos diariamente.

Nos contos de Clarice, encontramos também reflexões sobre a natureza efêmera da vida e a sensação de deslocamento que acompanha a condição humana. Essa sensação de estar constantemente à deriva, sem um ponto de ancoragem seguro, alimenta a ansiedade, transformando-a em uma força onipresente que molda nossas experiências e percepções.

Como leitor, ao mergulhar nas páginas de Clarice Lispector, somos confrontados com nossos próprios medos e inseguranças, pois suas palavras ecoam as vozes silenciosas que habitam nossas mentes. Ela nos convida a enfrentar a ansiedade de frente, a abraçá-la como parte integrante da condição humana, e talvez, através desse confronto, encontrar alguma forma de transcendência e redenção.

 
 
 

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