COMO LIDAR COM O TÉRMINO
- Rodrigo Cruz
- 21 de nov. de 2024
- 3 min de leitura
Vou abordar de forma breve o que acontece no nosso cérebro durante um relacionamento, além de oferecer algumas estratégias para lidar com o fim de um relacionamento, especialmente em uma sociedade cada vez mais volúvel, conceito trazido pelo filósofo Zygmunt Bauman no seu livro "Amor Líquido". Ele explica como os relacionamentos estão se tornando cada vez mais instáveis e rápidos, o que reflete uma realidade onde as pessoas tomam decisões impulsivas, muitas vezes sem pensar nas consequências. Relacionamentos que começam sem reflexão, como ter filhos em situações problemáticas, podem se tornar difíceis de abandonar depois.
É fundamental agir com responsabilidade: use preservativo, entre em um relacionamento com a intenção de fazer as coisas acontecerem e não para prejudicar a outra pessoa. Organize sua vida antes de se envolver, para que você não acabe descontando o estresse pessoal em quem não tem nada a ver com seus problemas. Agora, se você está passando por um término de relacionamento ou lidando com uma relação tóxica, vamos entender o que acontece no cérebro durante um relacionamento.
Quando você entra em um relacionamento, muitas mudanças ocorrem no cérebro. A dopamina, um neurotransmissor ligado à motivação e prazer, tem papel crucial nesse processo. Ela nos motiva a investir em um relacionamento e nos faz querer estar perto da pessoa constantemente, especialmente no início, quando a paixão e o desejo de estar com a pessoa são muito fortes. Com o tempo, esse vínculo se torna um hábito. Quando esse hábito é quebrado, fica um vazio, mesmo que o relacionamento não fosse saudável. Isso ocorre porque, de alguma forma, a pessoa já fez parte da sua rotina.
Por isso, é importante não abrir mão da sua individualidade logo no início do relacionamento. Continue praticando suas atividades pessoais, como jogar futebol com os amigos ou sair para um jantar com as amigas. Manter essa separação de espaços e interesses no início ajuda a evitar a sobrecarga emocional.
A sobreposição excessiva das vidas no começo de um relacionamento, quando você coloca a pessoa no centro e deixa de lado suas próprias atividades, pode ser prejudicial. O ideal é que ambos tenham suas próprias vidas, e que gradualmente compartilhem uma parte disso com o outro, com cautela.
Se o relacionamento terminar, ter uma rede de apoio é fundamental. Aqueles que mantêm boas relações com amigos e familiares lidam melhor com o fim de um relacionamento. Além disso, ter outras fontes de prazer e motivação, como hobbies ou atividades que você goste, ajuda a reduzir o impacto da perda. Evite se expor a gatilhos emocionais, como ficar olhando o perfil da pessoa nas redes sociais. Silencie notificações e minimize o contato.
Continuar com a rotina, mesmo que seja difícil, é importante. Persistir com atividades diárias como ir à academia, trabalhar ou estudar ajuda a manter a mente ocupada e a focar em algo produtivo. Descontar a tristeza de forma construtiva pode ajudar a superar a dor do término.
A forma como você lida com um término depende muito da intensidade com que você se envolveu no relacionamento. Quem preservou sua vida e seus interesses tem mais facilidade em lidar com a dor da separação. Por outro lado, quem dedicou toda a sua energia ao relacionamento tende a sofrer mais. Manter-se ocupado com coisas que você gosta e que são boas para o seu bem-estar é essencial.
Por fim, não se esqueça de cuidar de sua aparência e autoestima. Continue se arrumando, cuidando do visual e mantendo sua confiança. Isso pode parecer superficial, mas tem um impacto muito positivo na sua recuperação emocional. O tempo tem um grande poder de cura. Mantenha o controle e confie no processo.
E se você sentir necessidade, procure acompanhamento terapêutico. Psicoterapia é uma ferramenta importante. Amigos são essenciais, mas podem ter opiniões enviesadas. Um terapeuta profissional oferece uma visão imparcial, ajudando a entender melhor a situação e a buscar formas mais saudáveis de lidar com ela.
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