Os estilos de apego têm suas raízes no início de nossas vidas, nos relacionamentos com pais ou cuidadores. Posteriormente, esses padrões são transferidos, mas também reformulados, à medida que nos envolvemos em relacionamentos conjugais.
Imagine isso como um estilo único de conexão emocional que nos acompanha na vida adulta. Se tivemos uma base segura, é mais provável que construamos relacionamentos saudáveis. No entanto, se enfrentamos inseguranças desde cedo devido a um apego deficiente, há uma probabilidade maior de reagirmos ao comportamento desfavorável de um parceiro com maior hostilidade, raiva disfuncional e menor disposição para perdoar, em comparação com aquelas pessoas que experimentam um apego seguro.
É como se as experiências do começo da vida moldassem como expressamos respeito, admiração e gratidão aos outros. Isso pode impactar seriamente os relacionamentos a longo prazo.
Esses padrões de apego podem ser transmitidos de geração em geração, então entender como eles funcionam é fundamental para construir relacionamentos mais saudáveis.
Vamos entender melhor esses estilos e os seus impactos:
Seguro
Visão positiva de si mesmo e dos outros, facilitando a intimidade e a autonomia.
PREOCUPADO
Visão negativa de si mesmo, mas positiva dos outros, resultando em envolvimento excessivo e dependência emocional.
ESQUIVO/EVITATIVO
Visão negativa de si mesmo e dos outros, levando ao receio da intimidade e à evitação de relacionamentos próximos.
DE REJEIÇÃO
Visão positiva de si mesmo, mas negativa dos outros, levando à evitação de relacionamentos íntimos.
O apego adulto está correlacionado com a satisfação no relacionamento. Quando ambos os parceiros têm um apego seguro, relatam a maior satisfação. Além disso, a orientação do apego impacta a progressão da intimidade, compromisso e tolerância.
O modo como nos conectamos emocionalmente é muito importante nas relações familiares. O rompimento do apego (vínculo emocional) e um ambiente familiar negativo podem prejudicar o desenvolvimento das crianças, dificultando a construção de habilidades para lidar com desafios internos e interpessoais. Isso impacta diretamente como expressamos respeito, admiração e gratidão pelo parceiro, influenciando profundamente a manutenção de relacionamentos duradouros.
A expressão de um olhar positivo (admiração) em relação ao parceiro é considerada um dos valores fundamentais, ao lado do compromisso, intimidade e perdão. Se as inseguranças no apego afetam a qualidade do relacionamento do casal, os problemas podem se estender para outros aspectos familiares, impactando o funcionamento geral da família, inclusive sendo transmitidos de pais para filhos.
Nem toda relação afetiva é uma relação de apego. Para uma relação ser categorizada como uma relação de apego, ela precisa satisfazer quatro características específicas:
1. Manutenção da Proximidade: A relação não deve ser apenas algo temporário. Ela implica em uma continuidade, na busca e manutenção da proximidade ao longo do tempo.
2. Estresse na Separação: Existe uma sensação de estresse ou desconforto quando ocorre a separação entre os parceiros. Isso sugere uma ligação emocional significativa que é afetada pela distância.
3. Presença do Parceiro como Porto Seguro: O parceiro atua como uma fonte de segurança emocional. Em momentos de dificuldade ou necessidade, a presença do parceiro é vista como reconfortante e segura.
4. Base Segura: A relação fornece uma base estável e segura para ambos os parceiros. Isso implica em um ambiente emocionalmente estável. Relações que são predominantemente baseadas no prazer sexual ou interesse financeiro, por exemplo, não se enquadram na definição específica de relações de apego. (Paim & Cardoso, 2019).
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Psicóloga Rita Castilho
CRP 06/168661
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Baseado: DATTILIO, Frank M. Manual de Terapia Cognitivo-Comportamental para Casais e Famílias. Porto Alegre: Artmed, 2011, p. 47-49 PAIM, Kelly; CARDOSO, Bruno Luiz Avelino (Organizadores). Terapia do esquema para casais: base teórica e intervenção. Porto Alegre: Artmed, 2019, p. 20-21.
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