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EU ME ESCONDO DO OUTRO QUE TEM A FUNÇÃO DE ME ENCONTRAR

Foto do escritor: Ana Clara DamascenoAna Clara Damasceno

Atualizado: 17 de dez. de 2024

Entre o que o outro espera de nós e aquilo que podemos realizar a partir de nossa condição e constituição individual há uma distância. Frequentemente temos a sensação de que aquilo que somos ou devíamos ser se encontra num outro lugar, talvez em alguém diferente que seja melhor que nós mesmos. Freud, o criador da psicanálise, já dizia que a personalidade é um ideal. Desde sempre nos sentimos diferentes deste ideal. Entre o que o Outro espera de nós e aquilo que podemos realizar a partir de nossa condição e constituição individual há uma distância. Frequentemente temos a sensação de que aquilo que somos ou devíamos ser se encontra num outro lugar, talvez em alguém diferente que seja melhor que nós mesmos. Quando éramos crianças, nossos pais, educadores ou outros adultos responsáveis pela nossa criação, se esforçaram em nos ensinar a forma como devíamos nos comportar. Diziam como deveríamos agir e o que desejar, repreendiam nossas ações e intenções inconvenientes, associando-as a culpa. Tais demandas do Outro criam a consciência de um ideal no sujeito, de uma personalidade ideal.

 

As comparações nocivas que fazemos na vida derivam deste sentimento. Quando vemos alguém que faz algo que desejamos e é aparentemente melhor sucedido, somos tomados por alguns sentimentos, como se a pessoa tivesse nos atacando diretamente com sua existência de fato, é como se ela roubasse nossa identidade ao ser aquilo que idealmente projetamos. Neste caso, o Outro é meu Eu. Para libertar-se das comparações opressoras, o sujeito precisa reconhecer que está espelhando sobre o outro suas próprias necessidades insatisfeitas, e que o outro real é apenas um outro.

 

Encontrar a si mesmo nos outros é o que fazemos com excessiva frequência. Estamos sempre nos relacionando com pessoas que representam algo de nós, principalmente no amor. Mas a facilidade que temos em nos encontrar externamente é proporcional a dificuldade em encontrar-se dentro de si mesmo.

Ao olhar para si, não encontraremos a nós mesmos, mas o Outro que erigiu um ideal em nossa história.

 

Referência: “O eu e um outro” - Texto de Igor Teo


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Ana Clara Damasceno


Psicóloga- CRP 06/181018







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