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Foto do escritorAna Clara Damasceno

Eu vivo no mundo da fantasia, devo me preocupar?




Este artigo aborda pontos sobre o conceito de fantasia, de Sigmund Freud, e propõe um diálogo entre eles e o conceito de esquemas, proposto pela teoria da terapia cognitiva de Aaron Beck. Essa sugestão não indica ecletismo teórico ou prático, abordando esses conceitos considerando as diferenças dos seus pressupostos. De acordo com a teoria freudiana, as fantasias representam uma forma de leitura subjetiva, organizada a partir dos desejos e dos mecanismos de defesa, da realidade dos fatos. Trata-se do que Freud denomina realidade psíquica, a qual tem suas bases na infância e nas fantasias filogenéticas. A teoria de Beck não faz referências à noção de fantasia, contudo considera o papel das impressões e das interpretações subjetivas dos eventos, especialmente aqueles vividos na infância. Assim desenvolve a tese de que os esquemas organizam processos cognitivas.

Na teoria psicanalítica, a fantasia é um mecanismo de defesa que permite ao indivíduo lidar com os seus desejos inconscientes sem ameaçar a sua autoimagem ou a sua relação com a realidade. A fantasia substitui uma satisfação real impossível por uma satisfação fantasiada possível, reproduzindo a realidade no inconsciente. Freud (1897) descreveu a fantasia como uma ficção protetora diante de uma cena traumática sexual, que recobre algo que não diz respeito a uma realidade factual. Freud também afirmou que as fantasias são portadoras de uma realidade psíquica, que está em contraste com a realidade material.

As fantasias representam uma leitura subjetiva da realidade e dos fatos, organizada a partir dos desejos e dos mecanismos de defesa do individuo. A origem dessas fantasias, é denominada pela pré- história do individuo, ou seja, nas vivencias da infancia. As fantasias nem sempre são conscientes e, se o são, a pessoa na maior parte das vezes não sabe decifrar conteúdos. Isso é explicado por meio dos mecanismos de repressão: Nas bases do inconsciente há desejos reprimidos, expressos inclusive por meio de fantasias, as quais permancem excluidas da consciência ou, se a atingem, é com a condição de não estarem decifradas. A preocupação vai existir de acordo com o que o paciente sente com essa situação. É importante questionar se isso traz prejuizos para a pessoa e se esses pensamentos lhe deixam mal. Se o individuo gostaria vivenciar essas fantasias na realidade e não consegue agir, a busca de um profissional é importante para trabalhar essas questões e trazero auxilio para o paciente.

 

Referência: Fantasias freudianas: aspectos centrais e possível aproximação com o conceito de esquemas de Aaron Beck

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Ana Clara Damasceno

Psicóloga- CRP 06/181018

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