Sei que vêm se tornando cada vez mais comum para quem busca psicoterapia a pergunta “qual é sua abordagem?”, e por mais que o propósito desse perfil não englobe muito trazer textos formais ou conteúdos extensos, senti a vontade de falar um pouco sobre isso. Principalmente porque é mais comum ainda a frase “não conheço/nunca ouvi falar” aparecer após a minha resposta, quando digo que enxergo o mundo e atuo na clínica sob as lentes do Construcionismo Social.
Não existe muito um consenso sobre como podemos nomeá-lo, para uns é movimento, teoria, prática, e para outros é lente, perspectiva, postura. Mas de maneira simplificada: o Construcionismo Social propõe que a realidade é uma construção social. Ou seja, nós construímos ativamente realidades por meio das nossas interações uns com os outros. A compreensão que temos de nós, da nossa identidade, e do mundo, são construídas através das histórias que contamos sobre nós mesmos, e essas histórias não surgem/existem no nada, elas são atravessadas pelos contextos que estamos inseridos (de tempo, sociais, políticos, culturais).
Portanto, a realidade não é, e nunca vai ser, a mesma para pessoas diferentes. O que você enxerga como real e verdadeiro, para o outro pode não ser.
Gosto do título desse livro porque ele exprime de uma forma muito bonita e simples como eu enxergo o Construcionismo Social: um convite ao diálogo. E dentro da minha prática clínica é isso que eu tento fazer, oferecendo ao outro um convite, a possibilidade de compreender como suas histórias foram construídas e o que podemos fazer partindo deste ponto. Podemos criar novas narrativas? Recontar as já existentes de maneiras diferentes e significativas? Não sei, mas que tal descobrirmos juntas?
Wanessa Rodrigues
Psicóloga Clínica
CRP 09/17401
(62) 996753624
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