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O efeito um trabalho tóxico na autoconfiança das mulheres: Perspectivas da psicologia

A autoestima é um aspecto fundamental do bem-estar psicológico, e o ambiente de trabalho desempenha um papel crucial na sua construção e...

19 de jun. de 2024

Juliana Antoniassi

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A autoestima é um aspecto fundamental do bem-estar psicológico, e o ambiente de trabalho desempenha um papel crucial na sua construção e manutenção. Infelizmente, muitas mulheres enfrentam empregos tóxicos que podem minar sua autoestima.


Um emprego tóxico é caracterizado por um ambiente de trabalho hostil, falta de reconhecimento, sobrecarga de trabalho e relações interpessoais negativas. Abraham Maslow, com sua teoria da hierarquia das necessidades, sugere que a autoestima é uma necessidade psicológica básica. Quando o ambiente de trabalho é tóxico, ele impede que essa necessidade seja atendida, resultando em sentimentos de inferioridade e insegurança.


Freud sugeria que o trabalho é uma das principais fontes de satisfação humana e uma forma de expressar nossas habilidades e identidade. Quando o ambiente de trabalho é tóxico, ele pode se tornar uma fonte de frustração e ansiedade, afetando diretamente a autoestima. Para Jung, o trabalho deveria contribuir para o processo de individuação, ajudando-nos a desenvolver nossa personalidade única. No entanto, em um ambiente tóxico, essa individuação pode ser impedida, pois a mulher pode se sentir constantemente subvalorizada e sufocada por críticas injustas e pela falta de apoio. Isso pode levar a uma sensação de desvalorização pessoal e perda de identidade.


Melanie Klein enfatizou a importância das relações interpessoais no desenvolvimento da autoestima. Em um ambiente de trabalho tóxico, onde a competitividade desleal, a sabotagem e a falta de apoio predominam, a mulher pode internalizar sentimentos de inadequação e insegurança.


Albert Bandura, com sua teoria da autoeficácia, enfatiza a importância da crença na própria capacidade de realizar tarefas e enfrentar desafios. Em um emprego tóxico, onde o feedback negativo e a falta de reconhecimento são comuns, a mulher pode começar a duvidar de suas habilidades e competências, o que afeta diretamente sua autoestima e autoeficácia.


Martin Seligman, o fundador da psicologia positiva, destacou a importância do otimismo e da resiliência para o bem-estar psicológico. Em ambientes de trabalho tóxicos, a constante exposição a situações estressantes e desmotivadoras pode levar ao desenvolvimento de uma mentalidade pessimista e à perda da resiliência. Isso resulta em uma diminuição da autoestima e da capacidade de lidar com adversidades.


Bion focou na capacidade de pensar e processar emoções, destacando que um ambiente emocionalmente saudável é crucial para a saúde mental. Em um emprego tóxico, a mulher pode ter dificuldades para processar as emoções negativas que surgem, como estresse, ansiedade e medo. A falta de um espaço seguro para expressar e elaborar esses sentimentos pode levar a um desgaste emocional e a uma diminuição da autoestima. Lacan introduziu a ideia do "estádio do espelho", onde a nossa identidade é influenciada pela percepção dos outros.



Em conclusão, o impacto de um emprego tóxico na autoestima da mulher é profundo e multifacetado. Desde a perda de identidade e a dificuldade em processar emoções até a internalização de sentimentos de inadequação, os efeitos podem ser devastadores. Compreender esses impactos através das ideias de diversos teóricos da psicologia e psicanálise nos oferece insights valiosos para promover ambientes de trabalho mais saudáveis e apoiar a autoestima feminina.


Referências Bibliográficas:

  • Bandura, A. (1977). Self-efficacy: Toward a Unifying Theory of Behavioral Change. Psychological Review, 84(2), 191-215.

  • Bion, W. R. (1962). Learning from Experience. London: Heinemann.

  • Freud, S. (1923). The Ego and the Id. SE, 19: 1-66.

  • Goleman, D. (1995). Emotional Intelligence: Why It Can Matter More Than IQ. New York: Bantam Books.

  • Jung, C. G. (1963). Memories, Dreams, Reflections. New York: Vintage Books.

  • Klein, M. (1946). Notes on Some Schizoid Mechanisms. International Journal of Psycho-Analysis, 27: 99-110.

  • Lacan, J. (1949). The Mirror Stage as Formative of the I Function as Revealed in Psychoanalytic Experience. Écrits: A Selection, 1-7.

  • Maslow, A. H. (1943). A Theory of Human Motivation. Psychological Review, 50(4), 370-396.

  • Rogers, C. R. (1951). Client-Centered Therapy: Its Current Practice, Implications, and Theory. Boston: Houghton Mifflin.

  • Rogers, C. R. (1980). A Way of Being. Boston: Houghton Mifflin.

  • Seligman, M. E. P. (2002). Authentic Happiness: Using the New Positive Psychology to Realize Your Potential for Lasting Fulfillment. New York: Free Press.

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