
Imigrar é mais do que trocar de endereço: é abrir mão de um chão conhecido para se lançar no desconhecido. Para quem parte, não se trata apenas de atravessar fronteiras geográficas, mas também emocionais. A cada mudança, o imigrante carrega duas malas: a que todos podem ver, com roupas e documentos, e a invisível, repleta de lembranças, medos, expectativas e saudades.
Essa travessia, por mais sonhada que seja, costuma vir acompanhada de desafios profundos. O idioma, as diferenças culturais, a distância da família e dos amigos, a sensação de começar do zero — tudo isso pode gerar solidão, ansiedade e até crises de identidade. É nesse ponto que a terapia se torna uma aliada essencial.
O espaço terapêutico oferece acolhimento e escuta, permitindo que o imigrante fale sobre aquilo que muitas vezes não encontra lugar em conversas do dia a dia. É na terapia que se pode elaborar a saudade, lidar com a culpa de ter ido embora, compreender o vazio que surge ao não se sentir pertencente e, principalmente, resgatar a própria identidade em meio a tantas mudanças.
Além disso, o processo terapêutico ajuda a transformar a dor em aprendizado e a solidão em autoconhecimento. A psicoterapia possibilita ao imigrante se reconectar consigo mesmo, fortalecer sua autoestima e encontrar recursos internos para enfrentar os desafios de recomeçar em outro país.
Imigrar é um ato de coragem. E cuidar da saúde mental nesse caminho é uma forma de honrar essa coragem, permitindo que o novo país não seja apenas cenário de sobrevivência, mas também de construção de uma vida com sentido, vínculos e pertencimento.





