
A ansiedade não é um problema a ser eliminado, mas um sinal de que algo dentro de nós está precisando de atenção. Para Carl Gustav Jung, fundador da psicologia analítica, os sintomas da ansiedade como angústia, aperto no peito, coração acelerado, respiração rápida e tantos outros é um convite para entender quais partes de nós estão presas ou reprimidas. Quando um aspecto nosso que deseja crescer ou se expressar fica bloqueado, surge um vazio interno, a ansiedade entra em ação. Em vez de ignorar esse desconforto, podemos usá-lo para promover o autoconhecimento e nos questionar qual a mensagem desses sintomas para nós.
Quando sentimos que algo está errado — quando o corpo fica tenso, a respiração acelera e a mente salta para o pior cenário possível — estamos sendo avisados de que existe um ponto de bloqueio em nosso crescimento interno. O primeiro passo é aceitar esse alerta. Em vez de fugir ou negar, podemos olhar com curiosidade:“O que isso está tentando me mostrar?”
Para Jung, o processo de individuação — tornar-se quem nós realmente somos — depende de integrar conteúdos inconscientes (complexos e sombra) à consciência, já que não somos apenas guiados pelo que vemos. Na terapia, isso acontece ao explorarmos sonhos, símbolos, imagens e fantasias. Ferramentas como pintura, escrita livre ou a chamada imaginação ativa ajudam demonstrar o que estava preso no inconsciente. Ao dar voz a esses conteúdos, teremos mais consciência do que nos mantém no estado de esquivas e defesas.
Alguns caminhos práticos para lidar com a ansiedade no dia a dia são:br>br>Oprimeirodeles é relaxar a tensão corporal. Sentimos as emoções no corpo. Dores musculares, estar sempre em estado de constante alerta, agitação e outros sintomas. Para aliviar isso, algumas técnicasrespiratórias, meditação, mindfulness, alongamento e até dançapodem ajudar. Esses exercícios auxiliam o corpo a voltar a um estado de repouso, reduzindo a excitação que alimenta a ansiedade.
Osegundoponto é aprender asuportar a insegurança e a incerteza. Em geral, nossa reação imediata ao medo é buscar respostas rápidas e certezas absolutas. Em vez de lutar contra isso, podemos permitir-nos ficar desconfortáveis por um tempo e observar as sensações que surgem. Deixar fluir e anotar os pensamentos, imagens e sonhos sem censura — auxilia a descobrir o que vem sustentando o medo.
Oterceiropasso é reavaliar nossos valores. Grande parte da ansiedade vem do medo de perder algo que valorizamos muito — a aprovação dos outros, o sucesso profissional, o controle sobre o futuro. Nesses momentos, podemos nos questionar:“O que é mais importante agora?Minha autoestima, minha saúde, minhas relações?” Colocar em perspectiva nossas metas e prioridades ajuda a reduzir a sensação de urgência e desesperança. Descobrimos que podemos abrir mão de objetivos menores em favor de um bem-estar maior e mais duradouro.
Oquartocaminho é literalmente nosexpormos ao que nos causa medo e ansiedade, masde forma gradual. Fugir da situação que causa medo apenas reforça a crença de que não somos capazes de lidar com ela. Em vez disso, podemos nos expor em pequenos passos: se a ansiedade vem de falar em público, por exemplo, podemos começar lendo um parágrafo para um amigo, depois para um pequeno grupo, até ir aumentando o tamanho da plateia. Com o tempo, o que era situação muito difícil de enfrentar vai se tornando, gradualmente, mais fácil.
Em vez de lutar para eliminar a ansiedade como uma vilã, podemos acolhê-la como um mensageiro que nosindica qual caminho devemos seguir. Assim, a angústia, ansiedade e medo se tornam uma ferramenta de evolução, ajudando-nos a nos tornar quem nós realmente somos.
Procure um psicólogo de confiança que possa te auxiliar nesse processo!