Durante as últimas décadas houve um aumento significativo nos níveis de transtorno mentais na população mundial. Mesmo anteriormente à pandemia, a OMS já possuía dados e estimativas que apontavam o Brasil como um dos países com os maiores índices de ansiedade do mundo, quando comparados a países com taxas elevadas. Nos dias atuais, a taxa de ansiedade se elevou consideravelmente, e a isto, podemos atribuir a pandemia do coronavírus.

Em um momento tão delicado, surgem novas preocupações durante nossos dias, como por exemplo, o distanciamento e o isolamento social, além do medo da própria contaminação do vírus, o medo de ter um quadro clínico gravíssimo, o medo de perder o emprego, o medo de não conseguir ter o que comer, são tantas coisas, e quando percebemos, o índice de ansiedade aumenta, com todas as novas preocupações diárias que desenvolvemos.

A ansiedade precisa ser controlada, para que não assuma o controle de nossas vidas, mas como fazer?

Além dos tratamentos medicamentosos e psicológicos, há recursos não farmacológicos que podem trazer saúde e bem estar em nossa vida diária, como por exemplo: realização de atividades físicas, danças, musicoterapia, ioga, mindfulness, aromaterapia, alimentação balanceada, pintura, enfim, são tantas possibilidades!

Mas, por que ficamos ansiosos?

Vamos pensar nesta situação: "Após um dia tranquilo de trabalho, chego em casa e me preparo para assistir a uma série despreocupadamente, mas de repente, tenho batimentos acelerados, começo a suar profusamente, as mãos estão tremendo e minha respiração está acelerada..."

Quem aí já passou por isso? Se sentiu pego de surpresa por alguma crise ansiosa e ficou pensando "mas isso aconteceu do nada", será mesmo?

Podemos dizer que nada acontece de repente e sem nenhum motivo, da mesma forma que uma crise ansiosa, apesar de desconhecer o real motivo desencadeador, nosso corpo não mente sobre como estamos tratando a si próprio.

A ansiedade é uma reação natural de nosso corpo diante de algum perigo, mas qual o perigo nessa situação Gabi? Vamos pensar juntos, apesar de não ter nenhum perigo aparente, como está sendo a qualidade de sono do indivíduo da história? Alimentação saudável? Relações sociais? Amorosas? Atividades físicas? Terapia? É preciso entender qual gatilho está disparando sua crise ansiosa.

Nosso corpo é um conjunto de várias partes, o cuidado de uma parte é importante para o funcionamento de outra, e assim sucessivamente, não cuidar de algumas partes gera sobrecarga e muita tensão, e em algum momento, nosso corpo irá nos alertar para que possamos nos protegermos de situações perigosas!

Me conta, o seu autocuidado está em dia?

Gabriela Valdarnini

Psicóloga CRP 06/159637

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