Se você sente que está constantemente exausto, sobrecarregado, com dificuldade para se concentrar ou tem aquela sensação de que não dá mais conta do trabalho, este texto é para você. Talvez você esteja vivendo um quadro de burnout — uma condição séria, cada vez mais comum, que impacta profundamente a saúde mental e física de milhares de pessoas. Este artigo foi produzido pela equipe de psicólogos da plataforma Terappia, profissionais que entendem profundamente desse tema e querem te ajudar a compreender os sinais, as causas e, principalmente, os caminhos para o cuidado. Se não for sobre você, pode ser sobre alguém próximo: um amigo, um familiar ou um colega de trabalho que precisa conhecer essas informações. Compartilhar este conteúdo também é uma forma de cuidado.

Vivemos um cenário alarmante no Brasil quando o assunto é saúde mental no ambiente corporativo. De acordo com uma reportagem do G1, publicada em agosto de 2024, o número de afastamentos por burnout explodiu no país, com um crescimento de mais de 30% nos últimos dois anos. Esse dado evidencia que o burnout não é mais uma realidade isolada, mas sim uma crise silenciosa que atinge milhares de trabalhadores.

O que é síndrome de burnout e como ela impacta sua vida?

A síndrome de burnout é um distúrbio psíquico causado pelo excesso de estresse e exaustão emocional, mental e física, principalmente relacionado ao ambiente de trabalho. Ela surge quando as demandas profissionais ultrapassam os limites saudáveis, afetando diretamente a qualidade de vida, a produtividade e o bem-estar.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o burnout é resultado de uma exposição prolongada ao estresse crônico no trabalho. E o impacto vai muito além do ambiente profissional — compromete relacionamentos, saúde física e equilíbrio emocional.

Quais são os sintomas do burnout e como eles podem se manifestar?

Reconhecer os sinais do burnout é essencial para agir antes que a situação se agrave. Entre os principais sintomas estão:

• Cansaço físico e mental excessivo.
• Sensação constante de esgotamento e improdutividade.
• Distanciamento afetivo, apatia e desmotivação.
• Alterações no sono, como insônia ou sonolência excessiva.
• Irritabilidade, ansiedade e crises de choro.
• Sintomas físicos como dores musculares, enxaqueca e problemas gastrointestinais.

De acordo com Alex Baptista, psicólogo e CEO do Terappia, “Ignorar esses sinais compromete não só a saúde do colaborador, mas também a produtividade da empresa. Um funcionário adoecido não consegue performar bem.”

E é justamente nesse ponto que a terapia surge como uma aliada fundamental. O acompanhamento psicológico permite que o paciente compreenda seus limites, desenvolva estratégias de enfrentamento e, principalmente, recupere sua saúde emocional.

Burnout dá direito a afastamento do trabalho?

Sim. O burnout é um transtorno reconhecido e, portanto, pode gerar afastamento do trabalho. Caso o psicólogo identifique sintomas compatíveis, é possível emitir uma declaração de afastamento de até 7 dias, proporcionando o tempo necessário para iniciar o cuidado e o tratamento. Para períodos mais longos, pode ser solicitado laudo médico que dá direito ao afastamento pelo INSS.

“Oferecer suporte ao colaborador, inclusive permitindo seu afastamento quando necessário, é uma atitude que demonstra responsabilidade social e inteligência organizacional,” reforça Alex Baptista.

Além do afastamento, o grande benefício da psicoterapia é justamente oferecer ferramentas para que o paciente não apenas se recupere, mas também aprenda a lidar melhor com suas demandas, prevenindo recaídas e fortalecendo sua saúde mental.

E o que diz a NR1 sobre a saúde mental no trabalho?

Pouca gente sabe, mas em maio de 2025 entrou em vigor no Brasil uma atualização extremamente importante da Norma Regulamentadora NR1, publicada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Essa norma estabelece as diretrizes gerais para a gestão de riscos ocupacionais nas empresas e, pela primeira vez, passou a incluir de forma oficial a obrigatoriedade de identificar, avaliar e controlar os riscos psicossociais, como o burnout, o estresse crônico e outros adoecimentos mentais relacionados ao trabalho.

É importante destacar que, apesar da entrada em vigor em maio de 2025, as fiscalizações obrigatórias foram prorrogadas e só terão início em maio de 2026, conforme determinação do próprio Ministério do Trabalho e Emprego. Isso significa que as empresas têm até lá para se adequar às novas exigências.

Na prática, todas as empresas — de qualquer porte e segmento — são obrigadas a considerar os riscos à saúde mental dos colaboradores dentro do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR). As organizações precisam mapear situações que possam gerar sobrecarga, assédio moral, pressão excessiva, metas inalcançáveis, jornadas exaustivas, ambientes tóxicos, entre outros fatores que contribuem para o adoecimento mental.

Além disso, as empresas devem adotar medidas preventivas e corretivas, promovendo um ambiente de trabalho mais seguro, saudável e psicologicamente sustentável. A não observância dessas diretrizes poderá gerar penalidades, multas e até ações trabalhistas.

Como explica Alex Baptista, psicólogo e CEO do Terappia, “Cuidar da saúde mental dos colaboradores deixou de ser apenas uma boa prática e passou a ser uma exigência legal. Empresas que ignoram isso não estão apenas cometendo uma negligência ética, mas também um descumprimento das normas trabalhistas.”

Por isso, entender a NR1 é também conhecer seus direitos. Se você está em um ambiente de trabalho que negligencia seu bem-estar mental, saiba que isso não é normal, nem aceitável — e é seu direito buscar acolhimento, suporte e, se necessário, exigir que as normas sejam cumpridas.

Como lidar com demandas de trabalho estressantes sem adoecer?

O primeiro passo é entender que o problema não está na sua capacidade, mas sim nas condições às quais você está submetido. Algumas estratégias podem ajudar:

• Estabeleça limites claros: Saiba até onde você consegue ir sem se prejudicar.
• Pratique o autocuidado: Atividades físicas, hobbies, descanso e momentos de lazer não são opcionais, são essenciais.
• Faça pausas: Trabalhar sem parar não é sinal de produtividade.
• Aprenda a dizer não: Você não precisa abraçar todas as demandas.
• Busque suporte psicológico: A terapia te ajuda a desenvolver resiliência, inteligência emocional e equilíbrio.

A psicoterapia online é uma ferramenta acessível, segura e prática para quem vive essa realidade. No Terappia, você encontra profissionais capacitados para te apoiar. Acesse a nossa página de profissionais em: www.terappia.com.br/psi.

Como lidar com um chefe tóxico e ambientes abusivos?

Infelizmente, lideranças tóxicas são uma das maiores causas do burnout nas empresas. Se você convive com um chefe tóxico, aqui vão algumas estratégias:

• Documente tudo: Registre conversas, e-mails e situações abusivas.
• Busque apoio no RH: Leve suas demandas de forma formal.
• Fortaleça sua rede de apoio: Família, amigos e psicólogos são essenciais nesse processo.
• Avalie suas possibilidades: Em casos extremos, considere buscar um novo ambiente profissional.
• Faça terapia: Ajudará a fortalecer sua autoestima, seus limites e sua capacidade de enfrentamento.

O papel da terapia na recuperação do burnout

A terapia não apenas auxilia na recuperação do burnout, como também na construção de uma nova relação com o trabalho e com a vida. Quantas vezes você já teve a sensação de que trocar de trabalho seria a solução, mas percebeu que, não importa para onde fosse, os mesmos padrões de sofrimento se repetiam? Isso acontece porque, muitas vezes, o problema não está apenas no trabalho em si, mas na forma como você se relaciona com ele.

A terapia oferece um espaço seguro para refletir sobre esses comportamentos, entender de onde eles vêm e construir novas formas de se posicionar diante das demandas profissionais e pessoais. É um processo que permite transformar não só a forma de trabalhar, mas também a forma de viver.

Entre os principais benefícios estão:

• Autoconhecimento para reconhecer seus limites.
• Desenvolvimento de habilidades emocionais.
• Redução da ansiedade e do estresse.
• Melhora na qualidade do sono e no bem-estar geral.
• Criação de estratégias para lidar com ambientes desafiadores.
• Fortalecimento da sua capacidade de dizer “não” e de estabelecer limites saudáveis.

“Quando uma empresa investe na saúde mental dos colaboradores, ela investe na produtividade, na qualidade e no sucesso do próprio negócio,” finaliza Alex Baptista, psicólogo e CEO do Terappia.

Sua saúde mental vale mais que qualquer trabalho

O burnout é um sinal claro de que algo precisa mudar — tanto no seu ambiente de trabalho quanto na sua relação com ele. Não é fraqueza, não é drama. É uma resposta legítima a uma sobrecarga que ultrapassou todos os limites.

Por isso, se você se identifica com os sinais descritos neste artigo, saiba que é possível sim se recuperar. A terapia é uma ferramenta poderosa nesse processo, oferecendo acolhimento, suporte e estratégias para você se reencontrar consigo e retomar sua qualidade de vida.

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Fontes:

• G1 - Número de afastamentos por burnout explode no Brasil (2024)
• Ministério do Trabalho e Emprego - Atualização da NR1 sobre riscos psicossociais
• Organização Mundial da Saúde (OMS)
• www.terappia.com.br