
Você já conheceu alguém que não se lembra de partes importantes da própria história? Ou já passou por uma situação tão dolorosa que parecia impossível recordar com clareza o que aconteceu?br>Esse tipo de esquecimento não tem origem física ou neurológica, mas emocional — e pode ser sinal de um transtorno chamadoAmnésia Dissociativa.
Segundo oDSM-5-TR(Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), a amnésia dissociativa faz parte dosTranstornos Dissociativos, e está relacionada a umaincapacidade de recordar informações pessoais importantes, geralmente ligadas a traumas ou estresse psicológico intenso.
O que é Amnésia Dissociativa?
É um tipo de amnésia que não está ligada a lesões cerebrais, uso de substâncias ou doenças neurológicas, mas sim a um mecanismo psicológico de defesa.br>A mente “desliga” certas memórias — geralmente de eventos traumáticos — como forma de autoproteção.
Essa condição pode durar de minutos a anos, e a pessoa muitas vezes não percebe que esqueceu partes de sua história até que um evento, conversa ou terapia revele o “vazio” na memória.
Sintomas e características segundo o DSM-5-TR
*Incapacidade de lembrar informações pessoais relevantes (geralmente ligadas a traumas)
*O esquecimento vai além do que seria explicado por esquecimento comum
*Pode afetar eventos específicos, períodos inteiros ou até a identidade da pessoa (em casos graves)
*Causa sofrimento emocional ou prejuízo significativo na vida social, profissional ou familiar
*Pode estar acompanhado de confusão, angústia, sensação de vazio ou “falta de si mesmo”
Tipos de amnésia dissociativa
Localizada:a pessoa esquece tudo o que aconteceu em um período específico (por exemplo, dias ou semanas após um acidente ou abuso).
Seletiva:lembra de partes do evento, mas esquece detalhes mais traumáticos.
Generalizada (mais rara):perda de memória total sobre a identidade ou vida passada — geralmente associada a traumas extremos.
O que pode causar?
A amnésia dissociativa costuma estar relacionada a experiências como:
*Abuso físico, emocional ou sexual
*Acidentes graves
*Perdas traumáticas
*Testemunho de violência extrema
*Situações de guerra, desastres naturais ou tortura
*Estresse emocional intenso e prolongado
Diferença entre “esquecer” e dissociar
Esquecer algo do cotidiano (como onde deixou as chaves) é normal. Na amnésia dissociativa, o esquecimento afeta partes fundamentais da identidade da pessoa — como episódios inteiros da vida, experiências marcantes ou até informações como nome, endereço ou profissão, em casos graves.
Esse tipo de esquecimento não é intencional nem consciente. É como se a mente tivesse apertado um “botão de proteção”.
Existe tratamento?
Sim, e a boa notícia é que muitos casos têm recuperação parcial ou completa da memória, especialmente com o acompanhamento adequado.
Psicoterapia
É o tratamento principal. Ajuda a:
*Acessar memórias bloqueadas com segurança
*Lidar com os traumas que levaram à dissociação
*Reestruturar a identidade e a autoestima
*Trabalhar com sintomas associados, como ansiedade ou depressão
Medicamentos
Podem ser usados para tratar sintomas associados, como insônia, ansiedade ou depressão, mas não recuperam a memória diretamente.
Como apoiar alguém com amnésia dissociativa?
*Evite pressionar para lembrar: o processo deve ser gradual e seguro
*Valide a experiência da pessoa, mesmo que pareça “estranha”
*Esteja disponível emocionalmente, mas respeite o tempo dela
*Incentive a busca por um psicólogo com experiência em traumas
*Não minimize ou julgue (“isso é coisa da sua cabeça”) — o sofrimento é real
Conclusão
A Amnésia Dissociativa é uma resposta extrema, porém humana, a situações de dor profunda. Quando o corpo não consegue fugir e a mente não suporta lembrar, ela escolhe esquecer — não como falha, mas como forma de sobreviver.
Com o tratamento adequado, acolhimento e tempo, é possível reconstruir a história pessoal com mais consciência, segurança e autonomia emocional.
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