
Aurora: um convite para respirar quando a exaustão se torna rotina
“Aurora” é um daqueles livros que acolhem de maneira silenciosa. Não promete soluções rápidas, não aponta caminhos prontos. Mas, a cada capítulo, nos convida a respirar mais fundo e reconhecer com honestidade o peso que muitas mulheres carregam todos os dias.
Marcela Ceribelli descreve a mulher que tenta equilibrar tudo ao mesmo tempo: trabalho, afeto, saúde, expectativas sociais e autocobranças. Mesmo cansada, ela segue se exigindo. Mesmo exausta, tenta dar conta. A autora chama isso de “exaustão de estar exausta” — um cansaço que nasce da tentativa contínua de ser tudo, o tempo inteiro.
No livro, Ceribelli também discute como a nossa sociedade transformou o “estar ocupada” em símbolo de valor. Descansar passou a ser confundido com fraqueza, como se parar fosse sinônimo de falhar. Mas esse ritmo acelerado nos afasta de nós mesmas, nos desconecta do corpo e da própria história.
Enquanto lia, pensei em quantas mulheres vivem assim: carregando pesos invisíveis, acreditando que só serão suficientes se estiverem produzindo, cuidando, resolvendo, sustentando tudo ao redor. Muitas vezes, esquecemos que o corpo não precisa chegar ao limite para merecer pausa. O descanso é um ato de coragem — e também um gesto de amor próprio.
“Aurora” fala de ansiedade, autocobrança, culpa e recomeço. Mas, acima de tudo, fala de humanidade. É um lembrete de que desacelerar não é retroceder. É escutar o próprio ritmo. É permitir que a vida seja vivida com mais presença e menos pressa.
Se você tem se sentido cansada, sobrecarregada ou tentando ser forte o tempo todo, a leitura pode ser um abraço necessário. Um lembrete de que você não precisa provar nada para merecer descanso.
📖 Aurora — O despertar da mulher exausta, Marcela Ceribelli
Jaidete Silva
Psicologa de Mulheres
CRP 02/31083





