top of page

Feridas narcísicas na infância: como o amor que faltou se torna dificuldade de amar na vida adulta

18 nov 2025

Psicóloga Andreza Fonseca Lima -CRP 11/23449

Autoconhecimento
Terappia Logo

Existem dores que atravessam décadas sem perder a força. São dores invisíveis, que não aparecem em exames, não deixam marcas na pele e muitas vezes nem encontram palavras para serem nomeadas. Ainda assim, seguem pulsando silenciosamente, influenciando a forma como nos vemos e como nos relacionamos.
Entre essas dores profundas estão as chamadas feridas narcísicas da infância — fissuras emocionais que surgem quando o amor, o olhar ou a presença que deveriam nos sustentar não chegaram da forma que precisávamos.Na psicanálise, entende-se que a constituição do Eu depende da resposta do ambiente. A criança precisa ser vista, acolhida, reconhecida em sua singularidade. Precisa de um cuidador suficientemente bom, alguém capaz de oferecer um espelho emocional para que ela descubra quem é e sinta que existe um lugar seguro no mundo.
Quando isso não acontece, o desenvolvimento psíquico sofre interrupções silenciosas. Criam-se lacunas, buracos afetivos, pequenas dores que se transformam em mecanismos de defesa: autocobrança excessiva, necessidade de aprovação, medo de errar, dificuldade em confiar, hiperindependência ou dependência emocional.A criança, para sobreviver à falta, aprende estratégias: reprime emoções para não desagradar, vira “forte demais” para ser notada, ou se adapta tanto às expectativas dos outros que perde o contato com o próprio desejo. Sem perceber, começa a acreditar que é “pouco demais”, “demais”, “inadequada” ou “não digna de amor”.
Essas crenças infantis, criadas para suportar o ambiente, se cristalizam na vida adulta. A pessoa cresce, mas o Eu ferido continua no comando — e é ele quem dirige nossos relacionamentos. Assim, buscamos no outro aquilo que não recebemos na infância: validação, proteção, afeto, constância. E quando isso não vem exatamente como imaginamos, a ferida parece reabrir, trazendo sentimentos de rejeição, abandono ou desvalor.Amar, então, torna-se um território ambíguo: ao mesmo tempo em que desejamos nos aproximar, tememos a dor de reviver antigas faltas. É comum surgir a sensação de que “algo está errado comigo”, ou de que relacionamentos são sempre difíceis, instáveis ou intensos demais. Não é fragilidade — é história. São memórias emocionais que o corpo e a mente guardaram para sobreviver.Mas o fato é que feridas narcísicas não são sentenças. Elas são convites. Convites para revisitar a própria história com mais gentileza, para entender que aquilo que faltou moldou nossa forma de amar, mas não precisa definir toda a caminhada.
Na terapia, o adulto encontra algo que talvez tenha sido escasso na infância: um espaço seguro onde pode existir sem precisar performar. Um lugar onde a palavra é acolhida, onde o olhar não julga e onde o Eu, antes fragmentado, pode finalmente se reorganizar.Cuidar dessas feridas não é apagar o passado. É dar a si mesmo aquilo que não recebeu: amor, presença, escuta. É aprender que vulnerabilidade não é fraqueza, que pedir ajuda não é dependência e que merecer amor nunca deveria ter sido uma conquista — mas um direito.Quando começamos a tratar essas dores, descobrimos que também podemos amar de um jeito novo: menos defensivo, menos medo, mais verdade.
E, pouco a pouco, aquilo que um dia faltou deixa de ser um peso e se torna caminho para uma vida emocional mais leve, consciente e inteira.

Últimas publicaciones de este terapeuta

Gerente Técnico:
Alex B. de Souza
CRP: 05/36638

Gerente Técnico:
Alex B. de Souza
CRP: 05/36638

Gerente Técnico:
Alex B. de Souza
CRP: 05/36638

Gerente Técnico:
Alex B. de Souza
CRP: 05/36638

Gerente Técnico:
Alex B. de Souza
CRP: 05/36638

Gerente Técnico:
Alex B. de Souza
CRP: 05/36638

Gerente Técnico:
Alex B. de Souza
CRP: 05/36638

Gerente Técnico:
Alex B. de Souza
CRP: 05/36638

Gerente Técnico:
Alex B. de Souza
CRP: 05/36638

Gerente Técnico:
Alex B. de Souza
CRP: 05/36638

Gerente Técnico:
Alex B. de Souza
CRP: 05/36638

Gerente Técnico:
Alex B. de Souza
CRP: 05/36638

Gerente Técnico:
Alex B. de Souza
CRP: 05/36638

Gerente Técnico:
Alex B. de Souza
CRP: 05/36638

Gerente Técnico:
Alex B. de Souza
CRP: 05/36638

Gerente Técnico:
Alex B. de Souza
CRP: 05/36638

Gerente Técnico:
Alex B. de Souza
CRP: 05/36638

Bandeiras com todos os cartões de créditos aceitos como forma de pagamento para o Terappia

Gerente Técnico:
Alex B. de Souza
CRP: 05/36638

Gerente Técnico:
Alex B. de Souza
CRP: 05/36638

Gerente Técnico:
Alex B. de Souza
CRP: 05/36638

Gerente Técnico:
Alex B. de Souza
CRP: 05/36638

Gerente Técnico:
Alex B. de Souza
CRP: 05/36638

Gerente Técnico:
Alex B. de Souza
CRP: 05/36638

Gerente Técnico:
Alex B. de Souza
CRP: 05/36638

Gerente Técnico:
Alex B. de Souza
CRP: 05/36638

Gerente Técnico:
Alex B. de Souza
CRP: 05/36638

Gerente Técnico:
Alex B. de Souza
CRP: 05/36638

Gerente Técnico:
Alex B. de Souza
CRP: 05/36638

Gerente Técnico:
Alex B. de Souza
CRP: 05/36638

Gerente Técnico:
Alex B. de Souza
CRP: 05/36638

Gerente Técnico:
Alex B. de Souza
CRP: 05/36638

Gerente Técnico:
Alex B. de Souza
CRP: 05/36638

Gerente Técnico:
Alex B. de Souza
CRP: 05/36638

Importante: Terappia no es un sitio para ayudar a personas con crisis suicidas. Para este tipo de servicio, recomendamos acceder al sitio web del CVV – Centro de Valorização da Vida en: www.cvv.com.br.

© Derechos de autor
Terapia en línea

Terappia - Todos los derechos reservados - CNPJ: 49.216.775/0001-98

Av. Paulista, 1636 - Cerqueira César, São Paulo - SP CEP: 01310-200
E-mail: terappia@terappia.com.br Telefone: +55 (21) 99985-0091
© 2020-2024

bottom of page