
Há em cada um de nós uma parte silenciosa, que fala mesmo quando tentamos calar. O inconsciente não é algo distante ou misterioso — ele se manifesta todos os dias, nos lapsos de fala, nos sonhos, nas escolhas repetidas e até nos esquecimentos aparentemente banais.
Ele guarda aquilo que não conseguimos dizer, o que foi reprimido, o que doeu demais para ser lembrado, mas insiste em retornar. Essa é a natureza do inconsciente: ele não desaparece, apenas encontra outros caminhos para se expressar.
Muitas vezes, acreditamos ser guiados apenas pela razão, mas é o inconsciente quem, silenciosamente, conduz grande parte de nossas ações, desejos e conflitos. Ele revela as verdades que tentamos esconder de nós mesmos — os medos, as culpas, as fantasias, as faltas que carregamos e tentamos preencher de muitas formas.
Na escuta psicanalítica, o inconsciente ganha espaço para se manifestar. O que parecia confuso começa a ganhar sentido, e o sujeito se reencontra com partes de si que antes estavam perdidas. É nesse processo que surgem novas possibilidades de ser, de desejar e de viver com mais autenticidade.
Conhecer o inconsciente não é decifrar um enigma, mas abrir-se para o que há de mais humano em nós: nossas contradições, fragilidades e desejos. Porque, no fim, o inconsciente revela aquilo que somos, mesmo quando ainda não sabemos.





