
Imagine que você tem um corte profundo que precisa de pontos para cicatrizar corretamente.
Se, em vez disso, você apenas colocasse um curativo, ele poderia até estancar o sangue por um tempo… mas não fecharia a ferida da forma adequada. Com o tempo, o corte poderia infeccionar ou se abrir novamente — porque a solução escolhida foi superficial e temporária.
Essa metáfora também se aplica às nossas dores emocionais.
Muitas vezes, diante de um sofrimento interno, tentamos encontrar alívio em soluções rápidas: mergulhar em distrações, ouvir conselhos prontos, se afundar no trabalho, consumir redes sociais ou iniciar novos relacionamentos. Em resumo: nos jogamos em qualquer coisa para não lidar com o que realmente estamos sentindo.
Só que, assim como acontece com a ferida física, o problema emocional não desaparece por conta própria. Ele pode até parecer controlado por um tempo, mas continua ali, silencioso — e pode voltar a doer com força quando menos esperamos.
Então, o que fazer com essas dores?
A análise é um espaço onde é possível olhar para essas feridas com cuidado, acolher o que dói e construir novos caminhos. Diferente das soluções imediatas, esse é um processo que não apenas estanca a dor, mas que permite uma cicatrização mais íntegra.