Emoção do dia: vergonha — por que ela existe e o que ela tenta te dizer

Todo mundo já sentiu vergonha na vida.
Mas você já parou pra pensar pra que ela serve?

Podemos até dizer que somos seres individuais, mas, na prática, somos macaquinhos sociais, buscamos estar perto de outros macaquinhos parecidos com a gente.
E isso não é só jeito de falar: nossa espécie só sobreviveu porque aprendeu a viver em grupo.

A origem social da vergonha

Durante grande parte da evolução humana, ficar sozinho significava não sobreviver.
E é justamente aí que a vergonha entra.

Pense em uma situação simples: uma festa à fantasia onde só você apareceu fantasiado.
O que sentiria?
Mesmo sem estar lá, só de imaginar, você provavelmente já sente um leve constrangimento.

Essa sensação serve como um aviso interno:

“Talvez não seja uma boa ideia fazer isso de novo.”

A função da Vergonha

A vergonha tem uma função clara: nos proteger da exclusão social.
Ela é um mecanismo que te ajuda a perceber o que pode ameaçar sua imagem dentro do grupo.

Evolutivamente falando, ser rejeitado não era uma opção.
Por isso, valorizamos tanto a forma como somos vistos e sentimos desconforto quando achamos que algo pode nos desvalorizar.

Essa emoção pode surgir depois de uma ação (“falei demais”) ou antes mesmo de agir, como uma forma de inibição preventiva:

A simples ameaça de desvalorização já é suficiente pra gerar vergonha.

A vergonha é boa ou ruim?

A resposta é: Nem uma coisa, nem outra, depende da intensidade e do contexto.

Em níveis equilibrados, a vergonha cumpre seu papel adaptativo:

• ajuda na convivência social,
• previne comportamentos que poderiam causar rejeição,
• e favorece o senso de pertencimento.

O problema aparece quando ela se torna excessiva ou constante, fazendo você se esconder, evitar situações sociais ou se sentir inadequado o tempo todo.

Quando isso acontece, é sinal de que essa emoção está saindo da função de proteção e virando limitação.

Como se relacionar melhor com a vergonha

A terapia pode ajudar você a reconhecer o papel da vergonha e a diferenciar quando ela está te protegendo ou te prendendo.
A ideia não é “não sentir vergonha nunca mais”, mas entender o que ela comunica e aprender a agir mesmo com ela presente.

Sentir vergonha é humano.
Entender a vergonha é libertador.

Se você sente que a vergonha tem te impedido de viver situações importantes, vale conversar sobre isso.
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) pode te ajudar a compreender suas emoções e reconstruir sua autoconfiança

@Psi.Tinoco.