
O transtorno de personalidade borderline (TPB) apareceu pela primeira vez no campo da medicina psiquiatra no conhecido manual americano e diagnóstico de transtornos mentais, o DSM-III em 1980. Do DSM-III ao DSM-5, não ocorreram grandes mudanças em seus critérios de definição.
O transtorno borderline não é caracterizado enquanto uma patologia, mas uma forma de funcionamento da personalidade que se manifesta por meio de uma instabilidade da autoimagem, relacionamentos interpessoais e afetos. Outros sintomas incluem impulsividade, raiva intensa, sentimentos de vazio, fortes medos de abandono, comportamento suicida ou de automutilação e ideação paranoica transitória relacionada ao estresse ou sintomas dissociativos graves. Há evidências de que o TPB pode ser diagnosticado de forma confiável e diferenciado de outros transtornos mentais por meio de entrevistas semiestruturadas.
Na população adulta em geral, a prevalência de TPB ao longo da vida foi relatada como sendo de 0,7 a 2,7%, enquanto sua prevalência é de cerca de 12% em serviços psiquiátricos ambulatoriais e 22% em serviços psiquiátricos de internação. O TPB está significativamente associado a outros transtornos mentais, incluindo transtornos depressivos, transtornos por uso de substâncias, transtorno de estresse pós-traumático, transtorno de déficit de atenção/hiperatividade, transtorno bipolar, bulimia nervosa e outros transtornos de personalidade. Há evidências convincentes que sugerem que a interação entre fatores genéticos e experiências adversas na infância desempenha um papel central na etiologia do TPB. Apesar de pesquisas consideráveis, os fundamentos neurobiológicos do transtorno ainda precisam ser esclarecidos.
A psicoterapia é o tratamento de escolha para o TPB. Comparada ao tratamento usual (medicamentoso), a psicoterapia provou ser mais eficaz, com tamanhos de efeito entre 0,50 e 0,65 em relação à gravidade dos sintomas principais do TPB.
Na psicoterapia de base psicanalítica, a função analítica consegue gradualmente diminuir a angústia catastrófica de base do paciente borderline, a media que o terapeuta vai se aproximando lentamente, mas com decisão, o que leva a diminuir os comportamentos impulsivos.
A obra “Transtornos Borderline e estados psicóticos", organizado pelas psicanalistas Marisa Pelella Mélega e Aparecida Malandrin Andriatte, traz narrativas detalhadas de oito casos de pacientes de patologia borderline através da apresentação das sessões com diálogos que demonstram o modo de trabalhar do terapeuta e a vivacidade da interação. Através dos caso clínicos, a patologia borderline se esboça enquanto uma personalidade instável, na qual há uma tendência marcante a agir com impulsividade, sem considerar as consequências, junto com a instabilidade afetiva. A capacidade para planejar pode ser mínima e são comuns acessos de raiva intensa, que podem com frequência levar à violência ou a explosões comportamentais; estas são facilmente precipitadas quando atos impulsivos são criticados ou impedidos por outras pessoas. Há em geral sentimentos crônicos de vazio. Uma propensão a se envolver em relacionamentos intensos e instáveis, que podem causar repetidas crises emocionais e estar associados a esforços excessivos para evitar abandono e uma série de ameaças de suicídio ou atos de autolesão.
Também se observa nesses pacientes a característica de se afastar da terapia quando se sentem mais estáveis, retomando quando estão em nova crise intensa. As causas são atribuídas a uma falha no ambiente durante a infância e parece haver um trauma na relação inicial com a mãe. Esse “trauma precoce” faz com que situações envolvendo o risco de perca do objeto (o outro) gere um estado em que o sujeito ainda seria muito imaturo ou mal organizado para suportar, gerando grande sofrimento (Mélege & Andriatte, 2023).
Enfim,
Se você chegou até aqui, é provável que esteja buscando apoio, compreensão ou, quem sabe, um caminho para lidar com desafios que parecem grandes demais. Quero que saiba que você não está sozinho(a) nessa jornada. A terapia é um presente que você pode se dar: um espaço seguro, acolhedor e totalmente seu, onde podemos explorar juntos o que te aflige e o que te move.
Meu objetivo é oferecer um ambiente onde você se sinta à vontade para expressar seus pensamentos e emoções sem julgamento. Através do diálogo e de técnicas terapêuticas, vamos trabalhar lado a lado para entender suas dificuldades, desenvolver novas perspectivas e construir ferramentas que te ajudarão a viver uma vida mais plena e significativa.
Acredito que todos nós temos a capacidade decrescer e superar obstáculos, e a terapia é um caminho poderoso para despertar essa força interior. Seja para lidar com ansiedade, estresse, questões de relacionamento, autoconhecimento ou qualquer outra demanda, estou aqui para te guiar nesse processo de transformação.
Que tal começarmos essa jornada juntos? Ficarei feliz em agendar uma primeira conversa para que possamos nos conhecer e entender como a terapia pode te ajudar.
Estou à disposição para qualquer dúvida.
Um abraço,
Rachel Marinho Aquino Cavalcanti.
CRP 11/08064