
Nem sempre o amor é o suficiente. Às vezes, o que pesa não é a falta de sentimento, mas o acúmulo de desencontros, silêncios e expectativas frustradas. Relacionamentos não quebram de um dia para o outro. Eles se desgastam aos poucos — num “depois a gente conversa”, num “tanto faz”, num “tá tudo bem” dito com a voz baixa.
O problema é que a gente aprende a romantizar a dor. Acha bonito insistir, se anular, acreditar que “vai melhorar”. E quando percebe, já está exausto tentando sustentar algo que não se sustenta mais.
Problemas de relacionamento não são fracasso. São sinais. Mostram onde há ruído na comunicação, onde as necessidades estão sendo ignoradas, onde o medo de perder é maior que o desejo de ficar. É nesses pontos que o vínculo precisa ser olhado com honestidade.
Em terapia, muitas vezes, o desafio não é decidir se deve terminar ou continuar. É entender como se está se relacionando. Porque às vezes o problema não está no outro, mas no modo como aprendemos a amar — repetindo velhos padrões, aceitando migalhas, evitando conflitos por medo de rejeição.
Cuidar do relacionamento começa por cuidar de si dentro dele. E isso não é egoísmo, é maturidade. É o que permite transformar um amor que sufoca em um amor que respira.





