
De acordo com uma pesquisa da Gallup, 44% dos funcionários em tempo integral sofrem de burnout ocasionalmente, e outros 23% relatam burnout frequente ou constante. O desejo de uma pessoa de trabalhar duro, ser produtiva e ter sucesso no trabalho pode entrar em conflito com a necessidade de tempo com a família e o desejo de uma vida mais plena, que não seja definida apenas pelo trabalho.
A maioria dos trabalhadores afirma que o trabalho é mais exigente hoje do que era há uma geração. Isso sugere que o burnout é um problema cultural generalizado, e não apenas uma luta individual.
Noções básicas sobre burnout
A Organização Mundial da Saúde agora reconhece a síndrome de burnout como uma síndrome clínica. No entanto, como o burnout está intimamente relacionado às condições de trabalho, ele pode não melhorar até que a pessoa mude de emprego ou sua carga de trabalho se torne mais gerenciável. Embora a terapia possa ajudar a pessoa a identificar o burnout e a buscar soluções, seu sofrimento pode persistir até que o ambiente de trabalho melhore.
Um estudo da Gallup sobre burnout em funcionários identificou cinco fatores que melhor previram o burnout:
- Tratamento injusto no trabalho
- Uma carga de trabalho que parece incontrolável
- Comunicação deficiente e pouco apoio do gerente
- Falta de clareza sobre a função ou as tarefas do trabalho
- Pressão de tempo e prazos irrazoáveis
Pessoas que sofrem de burnout podem se preocupar que o problema seja sua incapacidade de lidar com a carga de trabalho ou de se adaptar ao ambiente profissional. As evidências sugerem o contrário. As práticas de gestão e do empregador são um importante fator preditivo do burnout. Mas, às vezes, o que parece ser burnout é, na verdade, outra coisa.
Depressão ou Burnout?
Distinguir depressão de burnout pode ser difícil, pois ambos causam exaustão emocional, baixa motivação e anedonia (dificuldade em encontrar prazer). Além disso, o burnout é um fator de risco para a depressão. Portanto, é possível estar deprimido e com burnout ao mesmo tempo.
Alguns fatores que podem diferenciar um do outro incluem:
- O burnout está intimamente ligado ao trabalho. Assim, uma pessoa pode se sentir melhor após as férias ou durante períodos menos estressantes no trabalho.
- Embora o burnout possa afetar a motivação para realizar a maioria das tarefas, é mais provável que a pessoa se sinta desmotivada no trabalho. A depressão afeta a motivação até mesmo para realizar tarefas que a pessoa gosta.
- As emoções negativas do burnout giram em torno do trabalho. A pessoa pode se sentir cínica ou frustrada no trabalho, menos eficaz em sua função ou sentir raiva frequente do trabalho.
- Os sintomas de burnout tendem a piorar em períodos de alto estresse no trabalho.
Ansiedade ou Burnout?
O burnoutl pode causar imensa ansiedade, especialmente quando uma grande quantidade de trabalho se acumula e a pessoa não se sente preparada para lidar com ele. Quando a ansiedade se estende para além do trabalho ou não melhora com mudanças nas condições de trabalho, a causa pode ser um diagnóstico de ansiedade, como ansiedade generalizada ou transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).
Alguns sinais de que o problema pode ser ansiedade e não esgotamento profissional incluem:
- A ansiedade não melhora quando a carga de trabalho se torna mais administrável ou quando a pessoa se afasta do trabalho.
- A ansiedade não se limita a assuntos relacionados ao trabalho.
- A pessoa tem histórico de ansiedade ou trauma não relacionado ao trabalho.
- A ansiedade causa problemas no trabalho, como quando a pessoa está ansiosa demais para dizer não a um pedido do chefe — especialmente se não houver motivo para acreditar que o chefe reagirá de forma inadequada.
Quando o Burnout vem acompanhado.
A síndrome de burnout vai além da frustração com o trabalho. É um problema sério que pode afetar a saúde física e mental de uma pessoa. Os possíveis efeitos físicos do burnout incluem:
- Sistema imunológico enfraquecido
- Insônia e exaustão crônica
- Doenças cardíacas
- Diabetes tipo 2
- Hipertensão
Esses sintomas podem agravar o estresse causado pelo burnout e até mesmo piorar outros sintomas de saúde mental. Problemas de saúde física também podem tornar uma pessoa menos eficiente no trabalho. Os sintomas podem forçar as pessoas a se afastarem do trabalho, o que pode agravar ainda mais o estresse de uma carga de trabalho excessiva.
Pessoas que sofrem de burnout devem saber que também existe uma sobreposição significativa entre diagnósticos de saúde mental e burnout. Uma pessoa com um transtorno mental é mais vulnerável ao burnout, e uma pessoa com burnout tem maior probabilidade de desenvolver um transtorno mental.
A saúde mental interage com os desafios no ambiente de trabalho de maneiras complexas. Por exemplo, uma pessoa com ansiedade generalizada pode ter dificuldade em discutir expectativas injustas no trabalho com seu chefe. Uma pessoa com depressão pode ser incapaz de se orgulhar de suas conquistas profissionais.
A saúde mental é complexa, com raízes biológicas, sociais, psicológicas e ambientais. Raramente tem uma única causa. Quanto mais fatores de risco uma pessoa tiver para problemas de saúde mental, maior a probabilidade de que o esgotamento profissional leve a um transtorno mental.
Quando buscar ajuda
Nem sempre é possível deixar um emprego ruim. Isso não significa, porém, que a pessoa tenha que sofrer com o burnout para sempre. Estratégias de autocuidado, como usar as férias a que tem direito, separar a vida pessoal do trabalho, praticar hobbies prazerosos e descansar bastante, podem proteger a saúde mental e física.
Um terapeuta pode oferecer um espaço saudável para desabafar, discutir soluções e apresentar estratégias que podem ajudar a mitigar o esgotamento profissional. Quando a pessoa estiver pronta para deixar o emprego, o terapeuta certo pode apoiá-la durante a busca por um novo trabalho. Um terapeuta pode ajudar com desafios comuns na busca por emprego, como a síndrome do impostor, ansiedade e baixa autoestima.
Pessoas que sofrem de depressão e ansiedade podem acreditar que a medicação é a única opção. No entanto, a terapia também pode ser muito valiosa. Quando uma pessoa usa medicação, a terapia aumenta sua eficácia. E quando uma pessoa prefere evitar medicamentos, a terapia é uma alternativa viável que pode ajudá-la a desenvolver novas habilidades de enfrentamento. Pesquisas mostram que a terapia pode até mesmo alterar o cérebro.
Quando a síndrome de burnout e outros problemas de saúde mental se combinam, torna-se ainda mais importante buscar atendimento de qualidade em saúde mental. Um terapeuta pode ajudar a pessoa a lidar com suas emoções, desenvolver soluções viáveis para os desafios no trabalho e, gradualmente, sair do buraco da síndrome de burnout, depressão ou ansiedade.





