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Depressão tem origem? (Genética, Psicológica ou Emocional?)

Atualizado: 29 de jun. de 2021

Segundo o DSM 5, os transtornos depressivos caracterizam-se “por um humor triste, vazio ou irritável, acompanhado de alterações somáticas e cognitivas que afetam o funcionamento do individuo” (pág. 155).


Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), “a depressão é um transtorno comum, mas sério, que interfere na vida diária, capacidade de trabalhar, dormir, estudar, comer e aproveitar a vida. É causada por uma combinação de fatores genéticos, biológicos, ambientais e psicológicos. Algumas pesquisas genéticas indicam que o risco de depressão resulta da influência de vários genes que atuam em conjunto com fatores ambientais ou outros. Alguns tipos de depressão tendem a ocorrer em famílias. No entanto, a depressão também pode ocorrer em pessoas sem histórico familiar do transtorno. Nem todas as pessoas com transtornos depressivos apresentam os mesmos sintomas. A gravidade, frequência e duração variam dependendo do indivíduo e de sua condição específica. As mulheres são mais suscetíveis a desenvolver o transtorno”.


Ah, tá, mas tu falou, falou e não disse nada!?


Pois é, realmente a depressão não possui um elemento base, ou seja, ela é o “combo de vários fatores, que influenciam individualmente”, comprovado em estudos com irmãos gêmeos univitelinos, expostos aos mesmos eventos do meio social, condições ambientais e psicológicas, onde não ficou comprovada a relação direta com transtorno. Mas como? Depende da resiliência, do enfrentamento de cada um, do modo como cada “psique” elabora, cada irmão apresenta emoções, modos de reagir às dificuldades de forma distinta e única.


Difícil dimensionar “quem sente mais”, pois a manifestação do quadro depressivo também é individual, sendo que existem muitas características básicas (afastamento social, apatia, tristeza...) e outras acabam sendo mascaradas (disfunção alimentar, perda libido ...). Muito importante evitar comparações entre suas emoções, seus sentimentos com os dos colegas, do vizinho ou do cônjuge. Como descrito acima, cada pessoa manifesta o transtorno de uma maneira, sente e expressa suas dores de formas diversas, por isso a importância de um profissional capacitado dar este diagnóstico, bem como o paciente seguir as orientações do tratamento, seja elas medicamentosas (prescritas por profissional médico) ou psicoterápico (tratamento do profissional psicólogo). Tratamentos terapêuticos (Yoga, atividade física, reeducação alimentar, artesanato, leitura, dança – este item é adaptável de pessoa para pessoa), trazem melhoras significativas nos quadros depressivos, concomitante com tratamento psicológico e/ou médico.


Como costumo dizer, para quem já teve algum transtorno depressivo, ele “assemelha-se a uma ferida, que deve estar em constante supervisão e cuidado”, pois casos de recaídas são maiores após os primeiros episódios. A orientação é que, caso o paciente sinta alguns dos sintomas, procure auxílio em seguida, evitando que o quadro se agrave ainda mais, pois a depressão tem tratamento. Importante diferenciar um transtorno depressivo de quadros de tristeza. Para essas distinções específicas, importante a avaliação de um profissional de Saúde Mental.


Finalizando, depressão não tem "cara", então "não rotule", não diga que é "mimimi", não diga que é "falta de vontade" ou falta de "serviço".


Acolha, escute, auxilie e se, possível oriente. O transtorno depressivo é uma doença séria, não dimensione a dor do sofrimento psíquico de alguém.


Faça terapia, pois como o próprio nome já diz, Psykhé significa mente, já Therapeia significa ato de curar.


Sheila Silvana Oppelt

Psicóloga - CRP 07/ 35.116

Instagram: @psico.sheila_oppelt



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