top of page

Analista precisa estar sempre em análise?


Que a análise pessoal faz parte do tripé de um analista isso nós sabemos, mas como isso se dá? Bom, por aqui já rolaram alguns questionamentos quanto a esse pilar do tripé. No começo, ouvíamos que era preciso estar em análise por que é através dela que se aprende e se torna um analista. Como se, por meio da experiência de sermos analisados, em algum momento nos tornássemos capazes de sustentar o lugar e o fazer de analista. Com o tempo, com os estudos avançando, entendemos que a função e o fazer de um analista se aprende através do estudo da teoria. É com ela que sabemos onde e como fazer as intervenções em uma sessão. Dessa forma, a análise deixou de ocupar esse lugar de fazer para aprender. Então vieram algumas outras questões, a que serve uma análise para um analista? É mesmo necessário estar em um processo de análise enquanto exercermos a função de psicanalista? Ao trocar com pares chegamos a alguns pontos: * a análise tem para nós a mesma função que para qualquer outra pessoa que se dispõe a iniciar um processo analítico. A função de trabalhar questões. Somos humanos, atravessados pela linguagem e não temos como escapar delas questões. Sejam questões como angústias, medos, sofrimentos, sintomas, incômodos ou quem sabe, uma questão com algum analisando. O que leva ao segundo ponto. * Nesse aspecto, para nós, a análise se faz essencial para o psicanalista, pois faz com que essa questão possa ser trabalhada de maneira que não interfira no seu manejo enquanto analista. Aqui também vale dizer que todos temos limites e que é possível e ético passarmos o caso se esbarrarmos em um dos nossos limites. A análise pode ajudar a perceber quais são eles. * Por fim, o questionamento: um analista precisa estar sempre em análise? Vemos a análise como algo importante, mas por aqui, não temos uma regra, não nos prendemos mais a ideia de que se não estamos fazendo análise, isso significa que não somos psicanalistas. Não encontramos nada na teoria que nos afirme que é preciso estar em análise o tempo todo para atuarmos como analistas. Entendemos que há momentos em que a pausa se faz necessária, seja por querer mudar de analista, por uma questão financeira ou por perceber que o processo se encerrou naquele momento. E esse fim não impede que novas questões possam surgir em outros momentos e que um novo processo possa ser iniciado.

10 visualizações0 comentário
bottom of page