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As 5 dimensões conhecidas do TOC

É muito fácil encontrarmos por aí pessoas que acreditam ter o Transtorno Obsessivo-Compulsivo porque se incomodam com uma ou outra coisa fora do lugar. Por vezes usam essa condição como sinônimo de exagero de organização e limpeza, o transtorno é muito maior e mais prejudicial que um simples incômodo.


O Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é caracterizado, essencialmente, por pensamentos intrusivos sufocantes e completamente insuportáveis que não cedem a não ser com rituais compulsivos. No entanto, esse transtorno é muito mais complexo do que essa definição reducionista.


É importante que, ao ler esse artigo, você se identificou com alguma coisa que foi dita, você procure um profissional de psiquiatria de sua confiança, bem como um profissional da psicologia para ajudar em sua qualidade de vida. Feito esse esclarecimento, vamos falar um pouquinho de alguns tipos de pensamentos que podem ser do transtorno.


  1. "Tenho que limpar"

Um clássico! A dimensão mais conhecida do transtorno porque acaba sendo a mais representada em filmes e séries. É a dimensão que acaba se tornando piada para muitos com com símbolo de "exagero".


A dimensão é a de contaminação e limpeza. Essa dimensão deixa o acometido pelo TOC com uma vulnerabilidade extrema a germes, sujeira e a possibilidade irrealista de se contaminar.


Como resposta, as pessoas tendem a lavar as mãos até sangrar, tomar banhos longos e, por vezes, envolver familiares nas inspeções de seus banhos para a certeza de que tudo está absolutamente limpo. Podem, também, ter rituais de limpeza específicos para sua casa entre outros.


02. "Tenho que checar"


Outro clássico. A dimensão de verificação e checagem. O indivíduo se sente compelido completamente a verificar as coisas repetidas vezes e se mantendo vigilante em seus pequenos atos.


Como resposta, as pessoas podem perder muito tempo tendo que checar se trancaram as portas por um número específico de vezes. Muitas vezes pode se manifestar como a contagem de determinadas coisas para a conferência de que nada está longe do que é previsível.


03. "Tenho que arrumar"


Quando há um debochezinho em relação ao TOC, muitas vezes é nessa dimensão que caímos. Simetria e ordem é o nome dela. Você já deve ter visto pessoas com um breve incômodo por falta de alinhamento ou que as cores tenham uma ordem de mais escura para mais clara entre muitas outras dessas manifestações.


É claro que a maior parte do dia dessa pessoa vai ser arrumando nessa tal "ordem certa", colocando tudo de acordo com o que parece estar certo. Existe uma sequência certa das coisas, existe uma perfeição absoluta de como as coisas precisam estar.



04. "Tenho que..."


Essa dimensão, talvez, seja a mais complicada. Muito porque esses pensamentos são considerados pelo indivíduo como repulsivos. Podem envolver imagens, pensamentos de cunho erótico ou homossexualidade (que é entendida pelo indivíduo como repulsivo), violência contra o outro (agredir alguém, violentar sexualmente alguém) e até mesmo impulsos homicidas (como assassinar um bebê) etc. Essa é a dimensão do chamado TOC religioso, porque suas compulsões podem associar o orar como alívio de seus pensamentos "nojentos" ou "pecaminosos".


Pessoas acometidas com esse tipo de obsessão podem manifestar compulsões mentais, ou seja, seus rituais podem ser feitos dentro da sua própria cabeça como orações. Essas pessoas se sentem sujas, monstruosas e indignos de piedade.


05. "Tenho que guardar"


Muita gente nem mesmo pode considerar como TOC, visto que essa dimensão bate de frente com o imaginário coletivo do que é uma pessoa com o transtorno. No entanto, pessoas que se encaixam nessa dimensão não conseguem se livrar de quase nenhuma coisa que para os demais pode parecer lixo. Coisas como embalagens, jornais velhos ou coisas que tenham valores afetivos (como uma roupa velha) é chamado de colecionismo.


Nessa aqui, no entanto, é necessário ter cuidado. Nem sempre estamos falando de TOC, mas sim de um outro transtorno a parte do Obsessivo-Compulsivo e é mais um motivo para que se procure um profissional capacitado para um diagnóstico bem feito.


Mas deixa eu te dizer algo: a terapia mais eficaz para o TOC é aquela que jamais vai julgar o conteúdo dos seus pensamentos, mas a que te ajudar a compreender que você não tem controle algum sobre eles e que vai te ajudar a entender que esses pensamentos e comportamentos não são fatos, não são verdades absoluta! Combinado de forma eficaz com a medicação correta, há saída!


Sei que está fazendo o melhor que você consegue com as ferramentas que você tem. Mas se estiver se sentindo sobrecarregado e com uma sensação no peito de que não vai aguentar mais, quero que você saiba que eu to aqui. Que tem profissionais capacitados para te ajudar e carregar esse turbilhão de coisas junto com você.

Você não está sozinho!



Luciana Cristina Gomes

Psicóloga - CRP 18/06236

Instagram: @psicolully

Link do perfil Terappia: (Luciana Cristina Gomes)

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