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Ciúmes: Ajuda ou atrapalha?

Atualizado: 20 de jul. de 2022

Acredito que grande parte dos feminicídios que ocorrem não foram causados por surtos psicóticos, mas foram casos de relacionamentos abusivos, envolvendo situações de controle sobre a outra pessoa.

Dados de Ministério Público de 2018 revelaram que 45% dos crimes de feminicídio em São Paulo foram motivados por separação ou pedido de separação, 30% por ciúmes ou sentimento de posse e 17% durante discussão.

O ciumento gosta de criar vigilância sobre seu objeto de amor (que nem sempre é correspondido) e, além da vigilância, gosta de se manter no controle da relação e no comando da vida do outro. Quando algo sai ou foge de seu controle, fica desesperado, sem saber como agir e pode tomar medidas drásticas para tentar retomar o poder.

Quando o indivíduo percebe que ações cotidianas não estão contribuindo para manter-se como controlador ou manipulador, podem surgir atos de agressão. Muitas vezes, quando a situação chega nesse ponto é porque a agressão verbal já existiu e não foi suficiente, o que faz com que ele use a agressão física, pois o que importa é mostrar que está no poder.


É claro que o ciúme é um estado emocional do ser humano, com reações complexas, provocado pelo gosto da exclusividade e necessidade de controle. Contudo, em relações amorosas (ou até mesmo de amizades), é comum que um dos parceiros manifeste ciúme do outro quando percebe alguma ocasião onde o cônjuge esteja dando uma atenção maior à outras pessoas ou situações (trabalho ou compromissos sociais, por exemplo) do que a ele. Cabe lembrar que muitas vezes o ciúme, em um relacionamento, é confundido com amor, cuidado ou proteção, mas geralmente denota egoísmo.


Como a terapia pode ajudar

A terapia pode ajudar sim! De que forma? Contribuindo para lidar melhor com este sentimento ou aniquilá-lo de vez! Através da terapia a pessoa pode:

  1. Se amar mais (quem não se ama, se "autoabandona") e não buscar no outro uma felicidade e completude que ele não pode dar. Além de que, quem não se ama, não se valoriza;

  2. Dialogar mais, sem fazer cobranças excessivas. A cobrança é gerada por desconfiança. A desconfiança pode ser gerada por delírios paranoicos. Não somente por este motivo, mas também pelo fato de que pessoas desconfiadas não confiam em si mesmas;

  3. Aprender a ouvir, não somente ouvir, mas compreender, e se colocar no lugar do outro são passos fundamentais para entender o ciumento ou o objeto do ciúmes (sujeito).

  4. Reeditar seus traumas. Traumas de infância, em relação ao relacionamento de seus pais, modelos desestruturados de casamento, e até mesmo relacionamentos anteriores podem ser a causa de traumas na área afetiva e nos impedem de ter uma vida emocionalmente saudável.

Vamos buscar nossa saúde emocional (válido tanto para homens quanto para mulheres), uma qualidade de vida verdadeira e tentar diminuir o número de feminicídios no nosso país.


Luciana Marolla Garcia

Psicóloga CRP: 06/70229

Contato: (14) 99679-5510

Link do perfil: Luciana-Marolla-Garcia


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