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O buraco espacial digital

A compulsão das telas

May 27, 2025

Rodrigo Dias

Saúde mental

Hoje, as redes sociais, as telas e a internet como um todo funcionam como umburaco espacial— um campo de gravidade intensa que nos suga para dentro de si, nos envolvendo e absorvendo nosso tempo, nossa atenção, nossa energia psíquica.

Não importa seu gênero, sua idade ou seu nível de escolaridade. Todos estamos sujeitos ao buraco espacial. Mesmo aqueles que se consideram pouco consumistas no mundo material podem, sem perceber, se tornar consumistas digitais.

A presença constante das telas já alterou a forma como pensamos, sentimos e nos relacionamos. Não ficamos mais com dúvidas — buscamos respostas imediatamente. Fazemos conexões rápidas, pensamos em temas que talvez nem nos ocorressem antes, apenas porque há ferramentas que reforçam e incentivam esse movimento constante de estímulo e resposta.

Mas é importante se perguntar: quantos desses pensamentos e conexões são realmente necessários? Quantos são úteis, significativos, nutritivos?

A lógica do consumo material se repete no universo digital: cria-se em nós a sensação de que precisamos ver, pesquisar, interagir, ouvir algo — quando, muitas vezes, o que realmente precisamos é parar. Precisamos de uma boa refeição com presença, de um momento de silêncio, de um bom livro, ou simplesmente de dormir, de descansar.

O que mais me assusta é que nós, adultos, já sentimos os efeitos: vivemos estressados, com dificuldade de concentração, procrastinando, com a memória frágil. Agora imagine as crianças, cujos cérebros estão se desenvolvendo imersos em telas. Já é perceptível a dificuldade de muitas em se comunicar, brincar e se relacionar.

Um cérebro em desenvolvimento, moldado desde cedo por estímulos virtuais constantes, pode ter dificuldade para reconhecer o mundo real ao seu redor. Os objetos concretos, os limites do próprio corpo, os aspectos sensoriais e afetivos da vida presencial — tudo isso corre o risco de se tornar estranho, distante. O raciocínio pode permanecer em um nível muito mais abstrato e desconectado da realidade vivida.

Por isso, precisamos cultivar clareza diante desse cenário. É necessário cuidar de nós mesmos e das nossas relações. Estabelecer tempos adequados para cada atividade. Fazer uma coisa de cada vez. Questionar se aquele conteúdo que nos aparece sem que o tenhamos buscado é realmente necessário.

O antídoto para o isolamento e a solidão digital não está nas telas. Está no vínculo, no contato, no fazer real e relacional. É nesse território do humano que reencontramos nosso eixo e fortalecemos nossa saúde mental.


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Rodrigo Leite - Psicólogo - CRP 06/215645

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