
Você sente dor, fadiga, palpitações ou outros desconfortos físicos que não desaparecem, mesmo após vários exames? Já procurou diversos médicos, fez todos os testes possíveis, mas os resultados são normais? Isso pode não ser “coisa da sua cabeça”, como muitos dizem. Pode ser umTranstorno de Sintomas Somáticos.
O que é o Transtorno de Sintomas Somáticos?
É uma condição em que a pessoa apresenta um ou mais sintomas físicos persistentes, que causam angústia ou afetam significativamente sua rotina. O ponto central não é a ausência de causa médica, mas sim o nível de preocupação e sofrimento gerado pelos sintomas, mesmo quando não há explicação clínica evidente.
Exemplos comuns de sintomas relatados:
*Dores crônicas (musculares, articulares, abdominais)
*Cansaço excessivo
*Palpitações ou sensação de falta de ar
*Distúrbios gastrointestinais (náusea, diarreia, constipação)
*Formigamento, tontura ou sensação de desmaio
*Sensação de “algo errado” com o corpo, mesmo sem diagnóstico
O que diferencia esse transtorno de uma doença física?
*A dor e os sintomas são reais — não são inventados nem simulados. A diferença está em:
*Frequência e duração: os sintomas persistem por meses ou anos
*Preocupação excessiva: há um medo constante de estar doente ou de piorar
*Impacto emocional e funcional: a pessoa sofre e tem prejuízo na vida pessoal, profissional ou social
*Busca médica frequente, mesmo sem encontrar respostas
Sintomas psicológicos associados:
*Ansiedade elevada relacionada à saúde
*Catastrofização (medo de que o sintoma indique algo grave)
*Sensação de não ser levado a sério pelos profissionais de saúde
*Variações de humor, como tristeza ou irritabilidade
*Frustração e sensação de invalidação
Por que isso acontece?
As causas são multifatoriais e podem incluir:
Eventos traumáticosou estressantes não elaborados
Histórico familiarde doenças ou hipervigilância com a saúde
Modelos aprendidos na infância(por exemplo, receber atenção apenas quando se está doente)
Dificuldade em expressar emoçõesde forma verbal, levando o corpo a “falar” por meio de sintomas
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico é clínico, feito por psicólogo ou psiquiatra, com base no histórico do paciente, após a exclusão de causas médicas evidentes.
O tratamento envolve:
Psicoterapia
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) ajuda a identificar pensamentos disfuncionais sobre o corpo e a saúde, a lidar com a ansiedade e a desenvolver novas estratégias de enfrentamento.
Medicação
Em alguns casos, o uso de antidepressivos ou ansiolíticos pode ser indicado para tratar sintomas emocionais associados.
Acompanhamento médico empático
O trabalho conjunto entre profissionais de saúde física e mental é essencial para validar o sofrimento do paciente e evitar o excesso de exames desnecessários.