Você se considera uma pessoa muito prestativa, gentil, que busca sempre estar disponível para servir os outros e muitas vezes acaba se esquecendo, deixando de lado suas próprias vontades e tenta sempre não desagradar? Esse texto pode ser pra você.
Este é um termo, também conhecido como síndrome do herói ou heroína, que descreve o comportamento de pessoas que têm uma tendência a se colocar em segundo plano, sempre priorizando ajudar os outros, muitas vezes em detrimento de seu próprio bem-estar. Essas pessoas muitas vezes sentem uma necessidade constante de cuidar dos outros, mesmo que isso signifique sacrificar suas próprias necessidades e desejos. Isso pode levar a um esgotamento emocional e físico, prejudicando a saúde mental e o equilíbrio pessoal.
Apesar de ser um comportamento que pode ocorrer como pessoas de todos os gêneros, é mais frequente no público feminino, visto que socialmente elas são educadas desde novas que devem servir, serem boas e gentis. Aquelas que exercem a maternidade podem sofrer ainda mais, muitas confundem essa super proteção com cuidado e amor onde na verdade, elas estão prejudicando o desenvolvimento do filho e afetando na sua autonomia.
É um comportamento reforçado pela realização de se colocar em um lugar de ser essencial para alguém. Estas pessoas costumam ter medo do abandono de seus amigos, familiares, e de seus companheiros. Elas costumam pensar que serão aceitas e acolhidas se elas estiverem sempre disponíveis e fazerem as vontades dos outros. Quando esse reconhecimento pelo esforço e dedicação não é realizado, a frustração acontece e pode causar várias consequências, entre elas: o Burnout emocional, depressão e quadros psicossomáticos - reações corporais. Um dos maiores desafios de quem possui essa síndrome é encontrar um equilíbrio saudável entre ajudar os outros e cuidar de si mesmo. Acredita-se que pessoas ansiosas e com necessidade de controle, possam desenvolver essa síndrome.
Estas pessoas que possuem a síndrome podem estar ainda mais propícias e se colocarem em relações abusivas, alimentando uma relação de dependência e co-dependência, onde podem provocar uma insegurança e diminuição da autoestima de quem recebe seus cuidados, pois este se sente incapaz e em contra a pessoa que se acha "a salvadora" pode se sentir exausta, explorada e sufocada emocionalmente. É comum que pessoas que possuem esse comportamento após que passarem por algum evento marcante, seja ele de luto ou de separação, faça com muitos busquem ajuda profissional, pois se veem em sozinhas, com sensação de abandono, e descobrem que elas deixaram de investir em si mesmas e passam até mesmo não se reconhecer mais, tendo uma crise de identidade.
Deixo aqui, algumas dicas para quem deseja lidar com essa síndrome:
Aprenda a dizer não - Inicialmente pode ser difícil, mas isso irá ajuda-lo e se livrar do fardo de agradar a todos e evitar futuras cobranças e adoecimento de relações.
Estabeleça limites - é importante saber que só temos acesso até onde o outro nos permite ir e também outros só devem nos acessar até onde permitimos.
Cada um é responsável por si - Principalmente se tratando de pessoas adultas. Cada pessoa é única e responsável por lidar com suas emoções e atitudes. Se o outro não pediu ajuda ou não precisa, tente não interferir.
Cuidar de si próprio não é egoísmo - Exercite o autocuidado e o amor próprio. Busque uma rotina onde exista tempo para si próprio. Isso não significa se ausentar de responsabilidades, mas entender que existe um equilíbrio e ele é fundamental para a manutenção de nossa saúde mental.
Peça ajuda! - Ninguém é 100 % o tempo todo. Quando damos abertura a outra pessoa para que ela nos ajude em algo, damos a ela a oportunidade de se sentir útil, especial, e valorizada de forma afetiva. Alimentar a via de mão dupla nesse sentido é importante para relações saudáveis.
Caso esse texto tenha feito sentido para você e seja do seu interesse buscar ajuda profissional, deixo meus contatos e redes:
Patricia da S. Savastano
Psicóloga Clínica - Terapeuta Cognitivo Comportamental
CRP 05/74288
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