Não existe mudança sem caos. Quem já mudou de casa, sabe exatamente o que estou falando. A bagunça já começa no lugar que você está e quando chega no destino, o caos demora um tempo para se dissipar. Quem começa o processo de terapia comigo sempre me ouve fazer essa analogia, porque para mim, que faço terapia e que já mudei várias vezes de casa (porque costumo dizer que não sou árvore para criar raízes, mas esse é assunto para outro post..rs ), é a oportunidade de materializar o processo interno que experimentamos quando queremos mudar alguma coisa dentro de nós, que precisamos e desejamos, quando nos dispomos a mergulhar no autoconhecimento.
Quando estamos esvaziando guarda-roupas, armários e prateleiras para encaixotar para a mudança, é comum fazermos uma “rapa” e desfazer de coisas que entendemos que já não são mais necessárias. Temos o habito de guardar muitas coisas nem sempre porque realmente gostamos, mas porque ganhamos de pessoas importantes e portanto, vamos acumulando coisas que ocupam espaço e pesam para carregar. Neste momento faço uma pausa no aspecto material e vou para o processo de mudança interna que trabalhamos na psicoterapia.
Quantas coisas temos dentro de nós que carregamos ao longo da nossa vida porque “ganhamos” das pessoas importantes (ou as vezes nem tão importantes assim) mas que não fazem mais sentido nenhum carregar? Valores que foram importantes quando criança e adolescente mas que não cabem mais na vida adulta porque descobrimos a nossa maneira de SER no mundo, diferente do que nos foi ensinado?
Sabe aquela calça que você ganhou da sua mãe que já não passa mais nem na coxa, mas que por consideração a ela, você não doa? E aquela rosa dentro de um vidro que alguém trouxe de Aparecida do Norte em 1980 e tra lá lá que na época era linda, mas que hoje você olha e nem a pau colocaria de enfeite em cima da mesa de centro? Voltamos para o aspecto emocional: o que você carrega ai dentro como sendo seu, mas na verdade você “ganhou” de alguém e não consegue se desafazer? Sofre por anos tentando se livrar, mas tem medo de desagradar, decepcionar e continua massocando coisas dentro do seu guarda-roupa interno para caber os “presentes” dos outros.
Quando resolvemos mudar, o caos é grande, vira uma bagunça, dá um desespero, a gente não sabe por onde começar, não sabe como vai reorganizar toda a bagunça, mas aos poucos, vamos colocando as NOSSAS coisas no lugar e a casa vai ficando com a nossa cara, com o nosso jeito e a satisfação é imensa!
Se você sente que precisa organizar o seu guarda-roupa interno, estou aqui para pegar na sua mão e auxiliar você nesse processo ;-)
Juliana Bemvenuto
Psicóloga Clínica
CRP: 06/90337
14 98210-9068