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A psicanálise cura?

12 de nov. de 2025

Psicóloga Andreza Fonseca Lima -CRP 11/23449

Autoconhecimento
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Essa é uma pergunta que muitas pessoas fazem antes de começar um processo analítico: a psicanálise realmente cura? A resposta depende do que entendemos por cura.

 

Na psicanálise, não falamos em cura como a medicina fala. Não se trata de eliminar sintomas rapidamente ou calar a dor, mas de compreender o que há por trás dela. Cada sintoma carrega uma história, uma mensagem inconsciente que tenta ser ouvida. A análise é o espaço onde essa voz, muitas vezes abafada, finalmente encontra lugar para se expressar.

 

Freud dizia que o sintoma é uma forma de compromisso entre o desejo e a repressão — é o modo como o inconsciente fala quando o sujeito ainda não consegue dizer. Por isso, a psicanálise não quer apagar o sintoma, mas dar-lhe sentido. Quando conseguimos compreender o que o sofrimento tenta nos contar, algo se transforma. O que antes era dor sem nome começa a fazer sentido, e o sujeito passa a se reconhecer, a se escutar, a se libertar de repetições que o mantinham preso ao passado.

 

A cura, na psicanálise, não é um ponto de chegada, é um processo. Não é deixar de sofrer, mas entender por que se sofre. É olhar para dentro com menos medo e descobrir que existe um sentido naquilo que parecia apenas vazio. É aprender a viver com mais autenticidade, com menos culpa e mais desejo.

 

A psicanálise cura, sim — mas de outro modo. Ela cura pela palavra, pela escuta, pelo reencontro do sujeito consigo mesmo. Cura quando o que antes era repetição se transforma em escolha. Cura quando o sujeito se permite existir, e não apenas sobreviver.

 

Porque, no fim, a cura analítica não é o fim de um processo, e sim o começo de uma nova forma de estar no mundo — mais consciente, mais leve e, sobretudo, mais verdadeira.

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