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Por que é tão difícil mudar?

A mudança não é apenas uma questão de força de vontade; ela enfrenta barreiras biológicas, psicológicas e sociais.

9 de set. de 2025

Tatiana Rodrigues Nagano

Psicologia
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Voce ja se perguntou por que é tão difícil de mudar de uma vez por todas? A ciência e a psicologia nos ajudam a responder a essa pergunta. A mudança não é apenas uma questão de força de vontade; ela enfrenta barreiras biológicas, psicológicas e sociais.

 

A seguir, exploramos os sete principais motivos que explicam por que mudar é um desafio.

 

#1 Mudar é um processo, não um evento: A mudança, em sua essência, representa um processo dinâmico de reestruturação de crenças, hábitos e comportamentos. Não se trata de um evento pontual, mas de uma jornada contínua que exige esforço e adaptação.

 

#2 A tendência do cérebro à estabilidade e economia de energia: O cérebro, com sua tendência natural à familiaridade e à estabilidade, prefere o conhecido ao novo e incerto. Nosso cérebro consome cerca de 20% da energia total do corpo e, para gerenciar essa demanda, ele desenvolveu atalhos neurais, conhecidos como hábitos, que automatizam o comportamento e economizam esforço cognitivo. Isso gera um viés que leva à preferência pela situação atual.

 

#3 A resposta do sistema límbico e do córtex pré-frontal: Quando confrontado com a incerteza da mudança, o cérebro a interpreta como uma ameaça. Isso ativa a amígdala, o centro do medo no sistema límbico, que desencadeia sentimentos de angústia e desconforto. Essa angústia pode sobrecarregar a capacidade de processamento do córtex pré-frontal, a área responsável pelo planejamento, tomada de decisões e regulação emocional, culminando em uma sensação de paralisia.

 

#4 Esquemas iniciais desadaptativos: Eles são como crenças profundas que aprendemos desde cedo e que influenciam como vemos a nós mesmos, aos outros e ao mundo. Esses esquemas funcionam como lentes que filtram a realidade e guiam nosso comportamento. Quando vivemos algo que contradiz essas crenças, nossa mente tende a distorcer a experiência para continuar acreditando nelas, em vez de mudá-las. Mudar não é só trocar de atitude, mas envolve mexer nessas crenças profundas e reconstruir a forma como pensamos e interpretamos a vida.

 

#5 Reformular a personalidade: O cérebro automatiza atividades para economizar esforço, e os hábitos formados se tornam parte da identidade e dos valores pessoais do indivíduo. Portanto, mudar um hábito é percebido como uma mudança na própria personalidade. Para quebrar um mau hábito, não basta a supressão; é preciso criar uma nova rotina positiva que substitua a antiga, mas que ofereça a mesma recompensa, para assim se integrar à identidade do indivíduo.

 

#6 O contexto social e a influência do meio: O contexto social, incluindo a família, o grupo de amigos e a organização, exerce uma influência poderosa sobre os padrões de comportamento. A mudança individual pode ser percebida como um ato de rebelião social, pois desafia as expectativas do grupo e ameaça a necessidade de pertencimento. A pressão social reforça o comportamento antigo por meio de punições e recompensas implícitas.

 

#7 O medo e a zona de conforto: O medo do desconhecido é uma sensação de apreensão diante do incerto, que pode se manifestar como preocupação excessiva e dificuldade em tomar decisões, culminando em uma paralisia. A pessoa, em uma tentativa de reduzir a ansiedade, opta por não agir e permanecer estagnada, criando um ciclo vicioso de evitação e sofrimento, levando à zona de conforto. A mente humana é tão avessa ao incerto que prefere a previsibilidade do sofrimento a ele.

 

 

Portanto, entender que mudar é difícil por esses sete motivos não é uma desculpa para a inação, mas sim o primeiro passo para o autoconhecimento. A jornada de mudança é complexa e exige esforço, mas você não precisa fazer isso sozinho.

Se você se identificou com esses desafios, saiba que a terapia pode te ajudar a entender e a superar cada uma dessas barreiras de forma estruturada e gentil.

 

 

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