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Prevenção ao suicídio e o papel do psicólogo

12 de dez. de 2025

Marcela Machado Esteves

Psicoterapia
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O papel do psicólogo, quando se trata de prevenção ao suicídio, deve ser de compreensão deste fenômeno de forma aberta, acolhedora e assumindo uma postura de não julgamento. Não somente do sujeito mas também do contexto em que este está inserido, no sentido de, abranger os fatores de histórico de vida, como também um olhar crítico e analítico sobre a sociedade em que o sujeito está inserido.

Portanto, o psicólogo, em conjunto com a equipe de referência do paciente (que pode ser o psiquiatra, um médico da família, uma enfermeira da UBS do território do paciente ou até mesmo um profissional da saúde da RAPS), deve estar atento aos indicativos de risco, comumente relacionados à sentimentos de desesperança, catastrofização, ideação suicida e também às particularidades de cada grupo sociodemográfico. Como por exemplo, em homens é um fator de risco o abuso de álcool e outras substâncias, enquanto que em mulheres gravidez pode ser um fator de proteção. Nesse sentido, o profissional da saúde deve se utilizar de instrumentos para acessar o risco em que se encontra o paciente, um deles é a entrevista clínica.

A entrevista clínica é uma ferramenta precisa que possibilita a formação de vínculo e, ao mesmo tempo, a investigação que permite ao profissional da saúde acessar em que grau de risco se encontra aquele paciente. Mais uma vez, na unidade 1 foi bastante reforçado que a postura do profissional da saúde frente a fala de ideação suicida deve ser sempre aberta, sem julgamento e com uma abordagem sensível. Portanto, nessa entrevista devem ser abordados, de forma orgânica e aberta, assuntos como: histórico de suicídios no núcleo familiar do paciente, histórico de abuso sexual, físico ou psicólogio na idade adulta e na infância, diagnósticos agravantes como transtorno de depressão maior ou bipolaridade, abuso de álcool ou outras substâncias, pensamentos de desesperança e ausência de planos para futuro.

Frente a isso, o psicólogo pode adotar uma estratégia divulgada pela cartilha de prevenção ao suicídio, publicada pelo governo estadual do Rio de Janeiro, que afirma que: o paciente deve possuir uma rede de apoio sólida com a qual ele possa contar. O psicólogo pode instruir amigos e familiares integrantes dessa rede acerca dos riscos e da condição atual do paciente, mantendo o sigilo e a postura profissional. Nesse sentido, o psicólogo deve explorar a seguinte questão com o paciente: com quem você pode contar?

Assim, ele deve orientar o paciente a identificar os sinais agravantes e informar que ele deve ter dois ou mais amigos para ligar e pedir ajuda, se isso não funcionar, acionar o médico que o acompanha ou o psiquiatra, caso isso não funcione, deve acionar o psicólogo e se ainda não funcionar, os serviços de Centro de Valorização a Vida ou os bombeiros.

Portanto o papel do psicólogo deve ser de dar apoio, informação através da psicoeducação e suporte à amigos e familiares.

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