top of page

As histórias que nos prendem

Nem sempre é o mundo que nos limita. Às vezes é o enredo que a gente repete por dentro.

20 de ago. de 2025

Gustavo Gonçalves Oliveira

Tomada de decisão
Terappia Logo

Tem gente que vive preso a uma narrativa que nunca escolheu. “Eu não dou conta.” “Eu sempre estrago tudo.” “Eu só vou ser feliz quando…”. Frases que não parecem grandes coisas, mas que viram um roteiro inteiro, daqueles que a gente decora sem perceber.

 

É curioso: a vida muda, o tempo passa, mas a história continua igual. Parece replay. Você até coleciona provas de que poderia ser diferente, mas ignora. Porque, no fundo, o enredo já está escrito na cabeça — e você atua direitinho o papel que te deram.

 

Um exemplo? A pessoa que cresceu ouvindo que era “difícil de lidar”. Hoje, quando sente que alguém se afasta, não pensa “talvez o outro esteja ocupado” — pensa “claro, eu sou complicado demais”. E pronto: a narrativa confirma o personagem.

 

O mais traiçoeiro é que essas histórias dão uma sensação estranha de segurança. Tipo: “pelo menos eu já sei como termina.” O problema é que a vida fica pequena demais quando a gente só repete um script velho.

 

E se, em vez de acreditar que você é a história, você começasse a tratá-la como o que ela realmente é: uma versão. Versão que pode ser editada, reescrita, até descartada. Talvez não dê pra rasgar todo o roteiro de uma vez, mas dá pra improvisar uma cena nova, aqui e ali.

 

Porque no fundo ninguém nasceu pra ser personagem fixo. A gente é autor também.

Últimas publicações desse Terappeuta

bottom of page