top of page

Autoestima ao longo da vida

A autoestima é algo que todos nós desenvolvemos ao longo da vida. Desde a infância até a velhice, passamos por várias fases que...

19 de jun. de 2024

Juliana Antoniassi

Terappia Logo

A autoestima é algo que todos nós desenvolvemos ao longo da vida. Desde a infância até a velhice, passamos por várias fases que influenciam como nos vemos e nos valorizamos.


Na infância, a autoestima começa a se formar a partir das primeiras interações com nossos pais e cuidadores. Freud acreditava que o ambiente familiar é crucial para construir a nossa autoimagem. Melanie Klein, outra importante psicanalista, destacou que a relação com a mãe e as experiências de carinho e cuidado são fundamentais para nos sentirmos valiosos. Segundo Klein, internalizar bons sentimentos desde cedo é essencial para uma autoestima saudável.


Durante a adolescência, essa construção torna-se mais complexa. É uma fase em que buscamos nossa identidade e nos confrontamos com as expectativas sociais. Jung sugeria que o desenvolvimento da nossa personalidade única é crucial nessa etapa. As crises típicas da adolescência são vistas por ele como oportunidades de crescimento. Bion, outro teórico, enfatizava a importância de entender e processar nossas emoções para fortalecer a autoestima nessa fase.


Na idade adulta, a autoestima é frequentemente desafiada por responsabilidades e expectativas sociais. Lacan introduziu a ideia de que construímos nossa identidade a partir da imagem que os outros têm de nós. Nessa fase, é comum lutarmos entre o que somos e o que gostaríamos de ser, e encontrar um equilíbrio é fundamental para uma autoestima saudável. Rogers, com sua abordagem focada na aceitação e empatia, defendia que aceitar quem somos é crucial para desenvolver uma autoestima positiva.


Finalmente, na velhice, a autoestima pode enfrentar novos desafios, como a aposentadoria, mudanças na saúde e a perda de entes queridos. No entanto, essa também é uma fase de potencial integração e sabedoria. Tanto Freud quanto Jung reconheceram a importância de refletir sobre a vida e aceitar a mortalidade para fortalecer a autoestima. Rogers destacou a importância de reconhecer nossas realizações e manter relações significativas para preservar uma autoestima saudável na velhice.


A construção da autoestima é, portanto, um processo contínuo que reflete nossas interações com o mundo e conosco mesmos ao longo da vida. Cada etapa traz desafios e oportunidades únicas, e compreender esses processos através das ideias dos teóricos da psicanálise nos oferece valiosos insights para promover uma autoestima saudável em todas as fases da vida.





  • Referências Bibliográficas:

  • Bion, W. R. (1962). Learning from Experience. London: Heinemann.

  • Freud, S. (1923). The Ego and the Id. SE, 19: 1-66.

  • Jung, C. G. (1963). Memories, Dreams, Reflections. New York: Vintage Books.

  • Klein, M. (1946). Notes on Some Schizoid Mechanisms. International Journal of Psycho-Analysis, 27: 99-110.

  • Lacan, J. (1949). The Mirror Stage as Formative of the I Function as Revealed in Psychoanalytic Experience. Écrits: A Selection, 1-7.

  • Rogers, C. R. (1951). Client-Centered Therapy: Its Current Practice, Implications, and Theory. Boston: Houghton Mifflin.

  • Rogers, C. R. (1980). A Way of Being. Boston: Houghton Mifflin.ston: Houghton Mifflin.

Últimas publicações desse Terappeuta

bottom of page