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Contra Tempo

Nossa relação com o tempo

19 de ago. de 2025

Guilherme Augusto Montanari Angelo

Autoconhecimento
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1... tic... 2... tac... 3... tic... 4... tac...

A verdade é que, embora o tempo passe em segundos iguais para todos, nós não o sentimos assim.

Viver no tempo é como estar numa estrada onde todos caminham juntos, mas cada viajante atravessa a paisagem numa velocidade diferente.

Para alguns, a dor dilacerante se alonga como um inverno sem fim; para outros, uma tarde de riso com amigos se apaga num piscar, como se o sol tivesse pressa em ir embora.

O tempo não serve apenas para que coisas aconteçam — histórias se concluam, decisões sejam tomadas, caminhos se encontrem. Ele também é o campo onde você muda.

Quando a tragédia chega, você pode saber tudo o que aconteceu. Mas entre saber e reconstruir-se existe um intervalo silencioso, um chão a ser percorrido.

É preciso respeitá-lo. O tempo é o repouso onde o solo infértil se recompõe até que novas sementes possam florescer.

Mas não se engane: apenas esperar não transforma ninguém — torna, no máximo, paciente. É preciso movimento dentro desse tempo, um fluxo que se confunde com o próprio viver. Ainda assim, há mudanças em você que só tomam forma com a lentidão de uma raiz buscando a água.

Brigar com o tempo — para prolongar alegrias ou apressar tristezas — é uma batalha que esgota mais do que liberta.

Talvez seja mais sábio aprender o passo certo para caminhar com ele: ver o tempo não como um inimigo ou mestre, mas como um terreno onde o seu novo eu germina.
E entender que toda pressa é uma forma de perder-se.

Porque no fundo, não somos donos do tempo — somos o próprio instante em que ele passava.

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