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Eu tenho medo de falar em público

... ansiedade, insegurança

15 de ago. de 2025

Daniela Scridelli

Psicoterapia
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Estou ansioso e com medo por ter que me apresentar em público e toda vez sinto até tontura na hora que estou lá na frente, diz um paciente em sessão.

Essa é uma cena bastante presente em relatos clínicos em que o paciente se pergunta: " O que estão pensando dessa minha apresentação? Será que tem algum problema com minha voz ou minha roupa? Será que estão gostando da minha palestra?" E no momento seguinte: "Estou me sentindo mal, pois fiquei nervoso, minha mão ficou gelada e únida, nem sei se minha apresentação foi satisfatória, porque em determinado momento eu nem enxergava o público".

 

São alguns dos discursos trazidos por pacientes em sessões acerca do que aconteceu no momento do estar em público. Mas, e o que ficou guardado como lembrança que o próprio paciente não se lembra muitas vezes, mas vem à tona em novas e semelhantes situações? E, assim, tudo se repete.

Isso acontece por conflitos internos não resolvidos quanto à exposição e o centramento no outro e seus possíveis julgamentos e que constituem foco representativo das dificuldades de falar em público. Uma das sensações é de medo e ansiedade, ou seja, um sofrimento que emerge a fim de tentar dar conta e controlar o momento e que afeta o ser, tanto física, quanto emocionalmente. Nomeada por S. Freud como angústia, demonstra um sinal de que algo traumático pode se repetir, mas que não se tem conhecimento consciente sobre sua motivação, apenas elementos que trazem sensação de ausência de apoio, falta de segurança e vontade de estar distante da cena.

O que pode aventar, posto que os casos clínicos são individuais, é que muitas vezes, na infância ou adolescência, a pessoa foi exposta a uma situação sem condições para enfrentar, sem amparo e mesmo assim teve de trilhar aquele caminho. Ao resolver a situação conforme lhe foi possível, sofrimentos puderam emergir e foram guardados nos porões internos, de forma a buscar esquecer. O desafio é que tentar esquecer, guardar sem resolvê-los não traz garantias do afastamentos dos conflitos, pois eles poderão voltar em momentos inesperados.

Assim, aquilo que é guardado, recalcado, suprimido, pode voltar a qualquer momento como na situação de exposição pública, por não ter sido tratada por meio de "mergulhos"nos afetos que permeiam aquela subjetividade, aquela biografia, aquela história de vida. "Represar" aquilo que se sente em relação a situações desagradáveis, constrangedoras, sofridas, desestabilizadoras, angustiantes, etc., pode ser visto como uma defesa plausível naquele momento, todavia, continuam vivas psíquica e emocionalmente.

É fundamental destacar a importância do tratamento psicanalítico no sentido de buscarmos entender e trabalharmos nas sessões as razões do trauma envolvido e como este se mantém vivo, ainda que se busque maneiras de deixá-lo distante.

Vamos agendar uma sessão para descobrirmos novos caminhos e escolhas para sua singularidade?

 

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